Para odiar as pessoas precisam aprender
E se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar"
Nelson MandelaE se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar"
Recebi a sugestão de divulgar um livro sobre racismo por conta do encantamento de quem me indicou, de um relato de discriminação e da constatação de poucos personagens negros pop´s na literatura infantil.
Inspirada e fazendo de ponte o papa pop, sua passagem pelo Brasil, suas práticas e crença no poder e valor da simplicidade, seus discursos e a metáfora de sairmos de trás do balcão, de puxar fila e não seguir, resolvi falar de transparência.
Há muitos estudos, trabalhos, discursos, foco em não haverem personagens infantis negros, mas o patinho feio é uma história clássica e famosa, onde a feiura não é uma característica do personagem, mas sim a diferença. Seus traços, trejeitos, o seu cabelo loiro o fazem ser tachado de diferente pelos que não são iguais a ele. No patinho feio podemos considerar que estão os negros e tantos outros grupos e indivíduos.
E que tal focar na imagem universal e poderosa de uma personagem brasileira e universal, saída das águas como a alva Iemanjá ou Iara para as crianças, tão forte e tão poderosa quanto a mulher maravilha, a Nossa Senhora Aparecida, negra, com identidade cultural, santa e acima de preconceitos.
Sei que há mais personagens clássicos infantis brancos que negros e isso é parte da história, retrato de como tudo aconteceu e por conta disso há outras características, faltas, caricaturas nas obras que não contemplam a evolução atual e são as obras novas as responsáveis por evoluídas, virarem a página.
Acho que personagens negros precisam ser apresentados e vistos sem caracterização folclórica, sem apontamento para a cor da pele ou cabelo, como outros quaisquer. Releituras são interessantes, contudo, só de Brancas de neve negras conheço 3 títulos, dentre eles Branquinha de neve e Pretinha de carvão foi o que achei mais interessante, por criar uma nova personagem, com personalidade, referências e características próprias. É mais agregador ao meu ver, personagens com identidades pessoais, desvinculadas de esteriótipos, para as crianças negras se verem nas páginas do livro, seja nas palavras, seja nas imagens e crianças brancas verem crianças negras sem serem lembradas que são diferentes, com naturalidade.
Na minha opinião, um livro de racismo fala de racismo e é muito mais didático e agregador falar da cultura africana, de personalidades negras, heróis, lendas, valores morais e paralelo a leitura associar a teoria a prática. É preciso ainda músicas, danças, brinquedos de todo tipo, bonecas, bonecos, personagens de jogos de tabuleiro, ilustrações de todos as cores e também objetos como esculturas, quadros.
Em casos pontuais de algum incidente ou recorrência de episódios preconceituosos, seja a negros, autistas, baixinhos, gordinhas, em casa ou na escola, sendo estes espaços recheados como devem ser de imagens, palavras, objetos que fazem a cor de pele negra ser tão comum como a branca, vale usar um livro sobre racismo, bem como trabalhar o tema entre os educadores e com as famílias.
Inspirada e fazendo de ponte o papa pop, sua passagem pelo Brasil, suas práticas e crença no poder e valor da simplicidade, seus discursos e a metáfora de sairmos de trás do balcão, de puxar fila e não seguir, resolvi falar de transparência.
Há muitos estudos, trabalhos, discursos, foco em não haverem personagens infantis negros, mas o patinho feio é uma história clássica e famosa, onde a feiura não é uma característica do personagem, mas sim a diferença. Seus traços, trejeitos, o seu cabelo loiro o fazem ser tachado de diferente pelos que não são iguais a ele. No patinho feio podemos considerar que estão os negros e tantos outros grupos e indivíduos.
E que tal focar na imagem universal e poderosa de uma personagem brasileira e universal, saída das águas como a alva Iemanjá ou Iara para as crianças, tão forte e tão poderosa quanto a mulher maravilha, a Nossa Senhora Aparecida, negra, com identidade cultural, santa e acima de preconceitos.
Sei que há mais personagens clássicos infantis brancos que negros e isso é parte da história, retrato de como tudo aconteceu e por conta disso há outras características, faltas, caricaturas nas obras que não contemplam a evolução atual e são as obras novas as responsáveis por evoluídas, virarem a página.
Acho que personagens negros precisam ser apresentados e vistos sem caracterização folclórica, sem apontamento para a cor da pele ou cabelo, como outros quaisquer. Releituras são interessantes, contudo, só de Brancas de neve negras conheço 3 títulos, dentre eles Branquinha de neve e Pretinha de carvão foi o que achei mais interessante, por criar uma nova personagem, com personalidade, referências e características próprias. É mais agregador ao meu ver, personagens com identidades pessoais, desvinculadas de esteriótipos, para as crianças negras se verem nas páginas do livro, seja nas palavras, seja nas imagens e crianças brancas verem crianças negras sem serem lembradas que são diferentes, com naturalidade.
Na minha opinião, um livro de racismo fala de racismo e é muito mais didático e agregador falar da cultura africana, de personalidades negras, heróis, lendas, valores morais e paralelo a leitura associar a teoria a prática. É preciso ainda músicas, danças, brinquedos de todo tipo, bonecas, bonecos, personagens de jogos de tabuleiro, ilustrações de todos as cores e também objetos como esculturas, quadros.
Em casos pontuais de algum incidente ou recorrência de episódios preconceituosos, seja a negros, autistas, baixinhos, gordinhas, em casa ou na escola, sendo estes espaços recheados como devem ser de imagens, palavras, objetos que fazem a cor de pele negra ser tão comum como a branca, vale usar um livro sobre racismo, bem como trabalhar o tema entre os educadores e com as famílias.
Penso como o grande Mandela bem descreveu, que uma criança não cria essas más impressões sozinha, ela vê coisas, ouve opiniões, comentários ácidos que a levam a formatar preconceitos, seja contra cor, peso, altura, hábitos. E essa erva daninha semeada vai da infância para a vida.
Quem teve na infância, deu para seus filhos, deu de presente, recomendou livros com personagens infantis negros? A hora é agora!
Não tem? Tem poucos? Não! Tem muitos e maravilhosos e devem ter mais, com mais divulgação e aquisição. Não acho porém que devam ser obrigados livros assim nas escolas, ter cotas de livros disso e daquilo, acho que esse é um movimento natural, é prática individual, ou de iniciativa das instituições de ensino e incentivo a leitura, que se enraíza e dissemina.
Não tem? Tem poucos? Não! Tem muitos e maravilhosos e devem ter mais, com mais divulgação e aquisição. Não acho porém que devam ser obrigados livros assim nas escolas, ter cotas de livros disso e daquilo, acho que esse é um movimento natural, é prática individual, ou de iniciativa das instituições de ensino e incentivo a leitura, que se enraíza e dissemina.
Segue lista de livros para serem comprados, indicados, popularizados e fica a sugestão para outros serem escritos, para que se produzam materiais (curtas, longas, peças, quadros, desenhos animados...) sobre os personagens das obras indicadas, para que a roda gire pra frente, pois é certo que águas passadas não movem moinhos.
A menina transparente de Elisa Lucinda
Pretinha de Neve de Rubem Filho
Na África tem neve?
Porque será que as personagens de contos de fadas não possuem nome próprio?
O pássaro da chuva de Monique Bermond
Antiga história que se passa em uma aldeia africana. Banium resolve apanhar e prender um pássaro da chuva, pois deseja ajudar sua comunidade. Com isso recebe uma valiosa lição e orientação dos mais velhos do seu vilarejo
Betina de Nilma Lino Gomes
O comedor de nuvens de Heloisa Pires
Kofi e o menino de fogo de Nei Lopes
O chamado de Sosu de Meshack Asare
Sosu é um garoto deficiente físico
Diante de um perigo para toda a comunidade ele precisa agir
O que tem na panela, Jamela? de Niki Daly
Princesa Arabela: mimada que só ela de Milo Freeman
A árvore do Beto de Ruth Rocha
O cabelo de Lelê de Valéria Belém
Obax de André Neves
A cor da ternura de Geni Guimarães
Nzua e o arco-iris de Julio e Débora D'zambê
As tranças de Bintou de Sylvanie Diouf
Tanto, tanto de Trish Cooke
Que mundo maravilhoso de Joe Cepeda Julius Lester
Um Deus negro é apresentado pelo autor
Que reconta a seu modo a criação do mundo, com humor e poesia
A menina que bordava bilhetes de Lenice Gomes
Quando eu digo, digo de Lenice Gomes
Ana e Ana de Célia Cristina
Valentina de Márcio Vassallo
Tequinho: o menino do samba de Neusa Rodrigues e Alex Oliveira
O beijo da palavrinha de Mia Couto
Contos da Lua de Sunny
E para fechar: Meus Contos Africanos de Nelson Mandela
"As imagens que moram em nossas mentes desde a infância influenciam nossos pensamentos durante a vida e podem contribuir (se não forem estereotipadas, inferiorizadas) para a autoestima e aceitabilidade das diferenças visando uma vida adulta feliz. Para isso essas imagens precisam mostrar nossa “cara”, força e cultura de todos" (Sousa, 2002, p. 196).
Salve a miscigenação! Salve a paz entre os povos, raças, religiões! Salve o Papa Francisco! Nossa Senhora Aparecida! Zumbi dos palmares! Salve Mandela! Salve o Saci e o Negrinho do pastoreio! Salve as diferenças que completam, peças de quebra-cabeça que desiguais se encaixam. Ovelhas brancas e negras em um só rebando e vamos em frente, para o alto, infinito e além.
Salve a miscigenação! Salve a paz entre os povos, raças, religiões! Salve o Papa Francisco! Nossa Senhora Aparecida! Zumbi dos palmares! Salve Mandela! Salve o Saci e o Negrinho do pastoreio! Salve as diferenças que completam, peças de quebra-cabeça que desiguais se encaixam. Ovelhas brancas e negras em um só rebando e vamos em frente, para o alto, infinito e além.