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Channel: Meu Blog e Eu
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Descobertas, tarecos e eu

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Alguém ai já comeu tareco? Eu comi muito e nem sabia, vejam só! Tareco é um biscoitinho de consistência firme, feito de farinha de trigo, ovos e açúcar, simples assim, assadinho tem cor amarelinha alaranjada e combina com café bem quentinho.
A massa é pingada na forma, salteando com um colher um pingo ao lado do outro e se não tiver senso de espaço ou pressa um pingo gruda no outro e se dá uma dupla paciência, tipo a que precisamos ter as vezes.
O tal tareco, faz parte da culinária popular do nordeste. Conta o povo que é de origem pernambucana, tendo se espalhado por todo canto como tudo se espalha por aqui. Li por ai que seu nome está em músicas e poemas de autores nordestinos, vou prestar atenção, nunca reparei.
Olha o danado ai encima, ta menos amarelinho esse dos que o da padaria de meu dindo, mas vale pra quem não conhece matar a curiosidade, eles são conhecidos também como biscoito mentirinha, digam se não tinha que ser tradicional no 1º de abril. Acho que vou instituir isso por aqui. Porque é chamado de mentirinha? Não sei! Será que é porque parece que enche a barriga, mas não enche? Ou será que é porque é um tipo de sequilhinho e geralmente sequilhos tem manteiga na recita e ele não?
O interessante é que sempre me entupi de tarecos, não quero imaginar que me entupi de mentirinhas, prefiro tarecos. Na verdade achava que estava comendo biscoito paciência como é conhecido aqui na Bahia. Falei deles aqui esses dias e falei também que em mim eles nunca tiveram efeito de pacientar, sempre questionei o nome por isso e agora sei que em mim eles tem um efeito derivação de tareco, é um tal de tareco teco, trelelê, tagarela, falo que nem Emília do Sitio, quem convive comigo sabe. Haja paciência!

Coisas de meninos e eu

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Esses dias falamos por aqui de brincadeiras de meninas como brincar de casinha e de mãe de mentirinha, eu brinquei muito de boneca, de casinha e também de escritório e de jogos de tabuleiro.
Morávamos na rua e passeávamos em casa como se diz. Eu pulei muito elástico, fiz muitas roupas e acessórios para minhas bonecas de papel, colecionava e trocava papéis de carta, armava teatrinhos, nos fantasiávamos. Bambolê era uma febre, fazíamos pulseirinhas de linha em tabuinhas com preços na pontas e eu adora jogar bola, qualquer que fosse a brincadeira. A preferida era baleado e a força e impiedosidade eram de menino.
Como tive um irmão mais novo nascido quando eu tinha 5 anos, com quem brinquei de mãe de mentirinha com toques de realidade e um filho menino, acho que despertou-se em mim o gosto por gudes, carrinhos, bonecos de ação e pipas. Assim como outras coisinhas de menino como brabeza, gostar de futebol e de concertar coisas, falar alto, falar palavrão. Acho que também há uma influência energética vinda de meu pai, que já com duas meninas, apostou e vibrou forte para eu ser um moleque.
Eu tive já um vaso na sala cheio de gudes e foi essa lembrança que desatou essa proza. Acho que vou comprar gudes para um novo vaso de gudes e vou colocar em prática um projeto que tenho: empinar uma pipa.

Agnus Dei

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Agnus Dei, traduzindo: Cordeiro de Deus é um símbolo e adereço religioso muito usado, com e sem conhecimento de muitos devotos do que seja. É uma medalha ou moedinha com a gravura de um pedacinho do Cirio Pascal, abençoado pelo Papa na Sexta Feira Santa. A Igreja católica recomenda usá-lo com fé e devoção para proteção contra calamidades e males do corpo e da alma.
Tenho a lembrança de ouvir essa expressão em trechos de missa falados em latim e só a pouco tempo, olhando umas medalhinhas para comprar, fui atrás do significado que para mim era desconhecido até então.
Com formação em letras e paixão por elas, sou admiradora do latim, nossa língua mãe. Meu filho desde pequeno é um tagarela que nem a mãe e usa muitas palavras rebuscadas. Eu brinco dizendo que foi por que ele assistia aulas de Latim quando estava na minha barriga, nos idos de 13 anos atrás.

Vozes e violões

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Não sei bem se é uma crônica ou um depoimento pessoal a voz das palavras de Ana Jácomo após pegar seu violão, que eu trouxe hoje para compartilhar.
Eu já pensei em aprender a tocar violão ou outro instrumento qualquer, mas nunca parti para a ação, está na lista. Eu adoro listas e tocar está em uma categoria dessas de sonhos que nos sentimos bem em viver com eles como sonhos apenas. Como comprar um barco, dizem que o sonho é melhor do que ter um e todo o trabalho e gasto que eles exigem.
Geralmente esse tipo de sonhos a gente também se satisfaz de ver outras pessoas realizando. Acho o máximo minha amiguinha Júlia está aprendendo  a tocar, mesmo com as interrupções intemperes de seu cãozinho (veja aqui o vídeo). Enfim, quem sabe um dia eu não tiro esse sonho da lista dos sonhos de só sonhar e ele vira uma realidade. Ando me encaixando mais na ideia do nome que dei ao desenho-imagem do post: Julia, Paulinho ou Bernardo e letra minha. Os nome dos meninos são de meu filho e do irmão de Julia, deixei em aberto quem seria o pianista. Me sentiria realizada em ouvir palavras minhas virarem canções.
Enquanto isso resolvi compartilhar os sentimentos e a mensagem final, dos escritos de Ana, que não é a mãe da Ju, mas é outra Ana que também admiro muito. A propósito, Ana já é um nome de minha lista de nomes que gosto.
Segue o texto:
"Comecei a tocar meio desanimada, cantarolando uma música aqui, outra ali, a voz ainda atrapalhada pelos respingos da tristeza, mas sem me importar com o detalhe de não saber tocar nem cantar de verdade.
Depois de alguns minutos, envolvida com a brincadeira, eu já não sentia tão intensamente o peso do tal problema, aquele que eu não poderia resolver de uma hora pra outra. Não demorou para que o meu coração ficasse mais solto e o tempo chuvoso me desse uma trégua. Não foi mágica, apenas uma mudança consciente de foco. Troquei de canal para levar minha vida pra passear um pouco. Para soprar algumas nuvens. Para respirar melhor. Ao permitir que o pensamento se dissipasse, abri espaço para mudar meu sentimento. O problema continuava no mesmo lugar; eu, não. Nós nos encontraríamos outras tantas vezes até que eu pudesse solucioná-lo, mas eu não precisava ficar morando com ele enquanto isso.
Os pensamentos preparam armadilhas pra gente. Ao cairmos nelas, nos enredamos de tal maneira que esquecemos ser capazes de sair de lá. A vastidão da nossa alma fica reduzida a um cubículo, como se não tivesse espaço suficiente para abrigar uma variedade de sentimentos.
Passamos a nos comportar como se tivéssemos apenas um lápis de cor e não a caixa inteira. Nós nos apegamos a alguns pensamentos e lhes conferimos exclusividade. Nós lhes damos o cetro e a coroa e afirmamos o seu poder sobre as nossas emoções. Ficamos presos neles, feito passarinho quando cai no alçapão. A diferença é que, por mais que tente, ele não pode sair de lá sozinho, ao contrário de nós."

Para os dias nascerem felizes

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Para os dias 23 de maio de todos os anos nascerem felizes
E tantos outros dias
Para que transcorram felizes
E terminem felizes
Que façamos por onde
Que tudo seja leve
Que o que for bom o tempo nunca leve

Por uma doce sexta-feira

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Sequilhos
Esses estão moreninhos como eu gosto
Enfileirados e açucarados 
Em saquinhos pequenos que cabiam uns 6 
Eram compra certa e baratinha 
Na cantina da escola onde estudei

Rosquinhas de goma, de nata, de batata doce
Gosto de todos os sabores
Só de ter formato de rosquinhas já gosto
Será porque me lembra Donuts que eu adoro?
Será porque me lembra meu pai?
Que sempre fez biscoitinhos em forma de rosquinhas
E bolinhas marcadas com as costas de um garfo 

Amanteigados Romeu e Julieta
Huuummm!


Depois de todos esses biscoitos, um café e uma proza. Já parou para pensar que toda comida, prato, belisquete tem uma história? Se não popular, clássica ou registrada, pessoal e pitoresca. Falei na segunda de uns biscoitinhos chamados paciência por aqui e com outros nomes por ai e a medida que escrevia a postagem outros tantos biscoitinhos me vieram a mente, da infância, dos dias de hoje, locais, inter-estaduais, internacionais, caseiros, industriais e por ai lá vai.
Tenho vários desejos gastronômicos de viagens e você? Outro dia até surgiu esse assunto em uma conversa entre amigas, que há turismo de lugares, de pessoas, gastronômicos, de compras, de recordações, de trabalho, de comemoração e de muita coisas juntas também. Em Portugal por exemplo se não voltar gordinha, volto bebendo água por meses de tanto doce que planejo comer.
É interessante quando se puxa um papo sobre comida, todo mundo tem algo a contar, dizer, um prato, uma receita, uma história e uma coisa puxa outra e a fome aperta e as lembranças se misturam como ingredientes de massa, molhos etc.
Palmier´s, foram os primeiros biscoitinhos a virem a minha mente no dia do post das paciências. Na verdade eles não são biscoitinhos, são biscoitões, massa folhada, açucarada, que sou apaixonada, mas não achei nenhuma imagem que gostei. As imagens selecionadas acima, com minhas descrições, são um apanhadinho de biscoitos que são do meu livro de histórias, sou mais de comer do que de fazer, por isso não estão no livro de receitas, risos.
O caminhão da Tostines é pelos comentários que tenho mandado para a amiga Ana Paula, sobre o livro dela, clica aquipara conhecer e adquirir, super-recomendo. Eu tenho mandado minha opinião e relatos das minha leituras e no assunto do e-mail coloco: Leitura a granel, e a palavrinha granel a remeteu aos tempos em que ela comprava na mercearia biscoitos Tostines a granel em saquinhos de papel de embrulho.
Uma sexta de lembranças, gostos, aromas, sentimentos bons a granel e em atacado. Um final de semana com simplicidade, gosto bom e histórias de pão fresquinho, biscoitos, balas e doces em sacos de papel.

Por um bom final de semana

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Para algumas pessoas é difícil a leitura de certos textos, poemas, é sem sentido assistir a certos filmes pois o que se lê e se vê precisa ser além de lido e visto observado e associado as impressões e sentimentos que temos ou não em nós. São leituras e imagens que nos convidam a um cafezinho, uma olhada pela janela, a sentir o cheiro de capim molhado, dar um mergulho em um rio, molhar os pés na água do mar, andar descalço na areia, acompanhar com olhos e alma o voo de pássaros e borboletas.
Ao ler e ver histórias, poemas e reflexões que falam sobre sentimentos, sentidos, alegrias e dores que tenham ou não referências com nossas vidas, temos que nos deixar tomar de assalto, mergulhar.
Boas leituras, imagens, mergulhos, caminhadas e vôos para o final de semana. Até segunda!

O futebol e eu

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Eu adoro futebol, do jogo, de torcer, dos estádios, da bola, dos hinos, dos uniformes, de defender meu time e esculhambar os rivais e de determinados jogadores independente de seus times, não não sou Maria chuteira, gosto como homem gosta, dá para entender? Deve ter alguma ligação com aquela história que já contei aqui de meu pai contar com que eu fosse um menino.
Joguei muito futebol na área do prédio onde eu morava, com meninas e com meninos, com direito a chutes nas canelas, pernas cheias de perebas, palavrões e discussões por causa da distâncias das sandália que faziam o papel do gol. Entendo algumas coisas, muitas na verdade, mas o que não se explica é a parte que mais gosto. A paixão, que tão bem foi descrita e não explicada em umas das crônicas do livro de minha amiga Ana Paula.
Nesse final de semana a final do campeonato da Liga dos campeões me fez torcer fervorosamente pelo Bayer. Virei alemã por um dia e me senti vitoriosa com a vitória do time, com a vitoria pessoal do jogador Robin. Futebol tem isso o cara vai de herói a vilão em um chute. Mas a parte que mais gostei foi a torcida do Borussia aplaudir a vitória do Bayer. Lindo!
Não podia deixar de falar de Neymar que é o assunto da vez no mundo do futebol e que a habilidade dos pés é inegável. Que as cifras e o peso da camisa do Barsa não tirem o jeito e ginga moleca dele. Quando Neymar faz dribles e gol´s eu vibro sem ser santista, detestando cada corte de cabelo dele, cada queda fingida e torcendo para ele dar show na seleção, nem que seja em um joguinho só.

"Ver é uma fábula"

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"Viver é super difícil
O mais fundo está sempre na superfície"
Paulo Leminski
A frase do título do post é o nome da Mostra Cultural do artista Cao Guimarães e está no livro Catatau, do bigodudo escritor poeta Paulo Leminski que é também o autor da frase acima e tenho a impressão que ele quer que eu o leia. Sabe como é isso?
Meu irmão outro dia disse que estava querendo o livro "Toda poesia" dele e também vi seu nome em uma camisa da lojinha Poeme-se e juntando lé com cré, não gostei de não saber quem ele era.
Procurando me deu vontade de ler sues escritos. Ser Paulo já confere a ele grande vantagem de simpatia da minha parte. Ai vi o tal livro que meu irmão quer na Saraiva e o livro ficou me olhando, eu olhei para ele e nem peguei para dar uma espiada para não aumentar a atração, deixei ele lá.
Correlações a parte, a mostra de Cao Guimarães é uma seleção de fotografias, instalações e vídeos apresentada pela primeira vez no Brasil, com apoio de educadores, do programa Para Gostar de Ver, além de outros parceiros. A frase resume um pouco do que a obra do artista oferece, que é a possibilidade de construir narrativas a partir do olhar. Achei fantástico!
Sem muitas regras e cheia de intenções as instalações retiram o espectador da situação de passivos e propõe a visão de coisas e situações que normalmente não percebemos, como o desfile de uma bolha de sabão.
Para Cao, segundo palavras dele mesmo "uma folha ao vento é tão expressiva quanto uma cantora lírica." Eu também acho!
A mostra está no Itaú Cultural na Av. Paulista, em Sampa. De terça a domingo até o dia 01/06 e conta com workshop e ciclo de filmes. Fica a dica e minha torcida de que venha para Salvador.
Desejo para mim e para todos que por aqui passarem, olhares e visões atentas e o luxo de saber que acima do teto, acima de nós, acima de tudo há um céu cheio de estrelas, sol, nuvens, lua, sonhos e possibilidades.

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"E não importa o caminho
Às vezes, a gente só precisa é de alguém que segure a nossa mão
De outros pés que acompanhe os nossos passos
De um coração batendo ao lado
No mesmo compasso" 
Concordo com Monalisa Macêdo
Que cuidemos desse alguém ou desses alguéns
Que sejamos cuidados
Que nossos corações batam em compasso
E entre mãos dadas e passos acompanhados
Sejamos abençoados

O preço de cada palavra

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Ana dia desses falou lá no blog dela de um livro que ela já tinha falado em um tempo que eu não ia no blog dela, clica aqui para ver as postagens e aqui para ver o vídeo e ouvir a musiquinha instrumental do Booktrailer do tal livro que gastei tantas palavras para falar onde o descobri e que se chama: A Grande fábrica de palavras e conta a história de um país aonde as pessoas falavam muito pouco e o silêncio não era filosofia de vida, as palavras por lá precisavam ser compradas. E determinadas palavras custam muito caro. Realmente custam, nesse mundo inventado e no nosso. 
Uma história infantil dessas que creio que adultos devessem ler, por opção, comprados para si e para crianças que por ventura passem por suas casas e vidas (filhos, sobrinhos, netos...), para dar de presente a um adulto amigo que fala muito, sem escolher as palavras ou para outro adulto amigo que as escolhe, como prova de ter vindo talvez desse país. Quem tem clinicas ou escritórios com sala de espera pode deixar um lá a espera de ser foliado sem querer e mudar a vida de quem o lê.
Há muitas lições e recados claros em poucas palavras nesse livrinho, como o de valorizar as palavras boas e não usá-las banalmente, saber o custo das ruins, ver a poesia de palavras simples, perceber o som do silêncio e o espaço que ele abre para escolhermos com mais cuidado as palavras que irão interrompê-lo, sejam as que falamos ou as que ouvimos.
Dá para refletir sobre tudo isso inclusive sem nem mesmo ler o livro, só com essa ideia de cada palavra dita ter um valor. As escolheríamos por conta disso e quem mais ganharia seríamos nós mesmos. 
Com a leitura da história e correlação com muitas das histórias que vivemos dá para tirar também a lição de que a censura não é uma barreira para a criatividade e que emoções são capazes de extrapolar qualquer problema de comunicação.  Há ainda sentidos e muita beleza nas ilustrações que não gastam palavras e falam muitas.
Uma boa, constante e contínua escolha de palavras a todos, a sugestão de ler o livro e meu agradecimento a Ana por compartilhar a descoberta desse tesouro.

Sobre fé e dúvida

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Boa pergunta:
A fé é uma casa de muitos quartos
E nenhum quarto para as dúvidas?
Boa resposta:
A fé é sim uma casa de muitos quartos
E com muitos quartos para as dúvidas
As dúvidas são úteis, ela fazem com que a fé fique viva
Geralmente só sabemos a força da nossa fé quando ela é testada
Do filme As aventuras de Pi

Fale ilimitado, fale pessoalmente

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Falar ilimitado e pessoalmente colore a face e a mente
Não existe isso de falta de tempo
De distância, de cansaço
Existe falta de interesse
De dar valor
Porque quando a gente quer mesmo
E percebe, sente, entende
Que somos movidos e alimentados de olho no olho
Mãos que se apertam, abraços, tapas nas costas
Cheiros, sons e tons de voz, risos, choros
A madrugada vira dia
Segunda vira sexta
E qualquer momento, horinha, brecha, vira oportunidade
E tenho dito!
Por uma sexta-feira e vida de presença
Rostinhos corados e fitados face a face
Paz e bem
Amém!

Plantar para colher

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Tem um poema de Vicente de Carvalho que sei de cor e salteado, que diz que a felicidade é uma árvore milagrosa, areada de verdes pomos e muitos não a alcançam, pois ela está sempre onde a colocamos e muitas vezes não a colocamos onde estamos. E não a colocamos talvez porque a temos com um prédio, um carro do ano, uma viagem, um grande objetivo qualquer e ela é tipo mato, dá fácil, floresce, vira árvore se a percebemos, alimentamos e buscamos nas coisas simples.
Que tal deixar o carro, e ir até a padaria a pé hoje ? Ou deixar a moto em casa e ir de bicicleta? Andar de bicicleta dá uma felicidade que a ciência já deve ter estudado, não sei explicar, mas sinto e recomendo.
Que tal um diazinho, só por distração ou gosto lavar o próprio carro? Ou o de seu marido, esposa, pai, mãe. Admirar vitrines sem entrar para comprar, virar o pescoço para olhar uma planta, uma criança, um gato, uma pipa presa em um fio.
Sabe aquele café da esquina ou do shopping, que nunca você tem tempo de ir, vá. Pare o mundo, desça e tome o café, o suco, o chá que tanto você deseja. Reduza a agitação e a tagarela na hora do almoço e sinta o gosto da comida que você está comendo e da bebida que está bebendo.
Abra, mostre a alguém, viaje sozinha(o) nos seus álbuns de fotos de infância, da juventude, de seus filhos, de viagens que você já fez um dia e ao fitar seu sorriso ou o de alguém que você quer bem em uma foto, como sugere o autor do livro "Happier", se pergunte e tente lembrar o motivo daquele sorriso, para reproduzir o que o provocou.
Não dá para relaxar, curtir, degustar, sorrir de novo com um sorriso que já demos ou que deram para gente se pularmos da cama com o despertador toda manhã, nos entregarmos ao corre-corre do dia-a-dia e acharmos que estamos na busca da árvore milagrosa que somos nós mesmos os responsáveis por plantar ao nosso lado.
Todo mundo quer ser feliz e desconfio que são os pensamentos, comportamentos e valores do dia-a-dia que levam e conduzem a essa tal felicidade, toda areada e encantada que não aceita ser subjulgada.
Um feliz final de semana, feliz junho, feliz plantar e colher!

Receita de bem-viver

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Ingredientes:

Muita Calma
Um pouco de coragem
Uma pitada de fé, de qualquer marca
3 momentos de alimentação (sadia de preferência)
1 momento de descanso
1/2  falar e 1/2 ouvir
100 gramas de grama, céu, rio, mar ou um passarinho avistado ao longe
Sorrisos e gargalhadas a gosto
Afeto com gosto

Modo de fazer:

Calma na hora de levantar, pensar, falar, agir
Sempre mesclando com coragem e fé, para render
Se alimentar é o recheio, porque saco vazio não fica em pé
Descansar como massa de pão é indispensável
Falar e ouvir sem exagerar para não desandar
Contatos com a natureza são a glace
Sorrisos e gargalhadas dão cor e vida
E afeto dá a liga

Como segunda é o dia clássico de começar dietas e eu adoro coisas clássicas, resolvi tirar essa receitinha light de um dos meus rascunhos de projetos de livros a serem publicados. Esse é um de receitas de vida, com planos de capa e jeitinho de livros de receitas de avós. Mas publicar um livro é muito caro, comercializar sem ter nome na praça é muito desanimador e por isso trouxe outra coisa clássica de segundas-feiras, notícias da semana. Escolhi uma que recebi sobre uma petição, clica aqui pra saber do que se trata e assinar.

Article 1

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Hoje cedo teve receitinha e petição 
Mas faltou ilustração
Para ser uma semana completinha
Eis aqui uma figurinha
Para por no álbum do coração
Na página alegria e bolhas de sabão

Crônicas Gris

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Quem ai aceita um chá, um café, uma dica literária? Crônicas Gris é minha indicação, o primeiro livro de Ana Paula Amaral, recheado de histórias, revelações, emoções. Eu não fazia ideia do que haveria no livro, mas pelos escritos da autora em seu blog sabia que valeria a pena e decidi comprar no mesmo dia em que ela anunciou que estava a venda. Para ler a apresentação dela sobre o livro e saber como adquirir, clicar aqui.
Muita gente se amarra para investir na compra de um livro de editoras ou autores sem popularidade, por ter dúvida se vale ou não a pena, ou pela falta de glam em dizer que está lendo um livro de uma pessoa "desconhecida".
Imaginei se foi assim com o primeiro livro de Quintana, Clarice, Manoel de Barros. Ter uma editora grande e publicidade por trás é uma mão na roda, mas ter sensibilidade também é uma ferramenta em que aposto.
Conheço quem entra nas livrarias e garimpa livros pela capa, pelo nome, algo que nunca se tenha ouvido falar, um gosto pela descoberta, por provar coisas de sabor diferente.
Tenho os dois hábitos, esse de garimpar livros diferentes e o de querer ler autores já consagrados, além de uma quedinha pela Companhia das letras.
Gris é um tom de cinza azulado e há histórias cinzas, azuladas e cinzas azuladas no livro de Ana. Um livro para ler e reler, para dar de presente, para se dar de presente, para dar o presente do incentivo, do reconhecimento a uma nova escritora. 
Separei um trechinho de uma das crônicas para dar água na boca e sugerir uma sadia e saborosa troca do investimento em um lanche da Mac, pelo livro, que será um bom acompanhamento para o café de uma xícara só de nosso dias.
"Pego no armário da cozinha a xícara emborcada sobre o pires...Dispenso o pires e acomodo a xícara ao lado do computador. Vou falar com meus amigos das redes sociais, bebericando meu café...Mais de trezentos amigos é o que aparece marcado ali na tela...Tantos amigos e uma só xícara de café...Tantos compartilhamentos, mas nunca várias xícaras emborcadas, esperando o som do riso real, o brilho verdadeiro dos olhos, sejam eles tristes ou alegres."

Taboca e acaçá

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Taboca para o dicionário é uma palavra de origem tupi, que significa: planta oca, sem nó; uma vara verde encontrada nas florestas brasileiras. Para mim é o nome de uma gostosura de infância, com formato dessa planta (tipo um tubo de uns 15 cm), um folhado fininho e doce, que desmancha na boca e o gosto é parecido com casquinha de sorvete.
A tinoca aqui, quando o vendedor passava tocando o triangulo, com as tais tabocas em saquinhos transparentes, dentro de latões de manteiga emendados como na imagem, transformados em porta tabocas delivery, sacudia as pernocas e a fralda no berço no ritmo do tim, tim, tim tirim tim tim.
Não sei se existem além Bahia, procurei na internet essa informação e não achei nada além de referências daqui sobre tabocas. O que sei é que ando numa de falar de comer por aqui que vocês já podem pegar um caderninho e anotar o que vão comer quando vierem a Salvador além de acarajé.
Lamento dizer que é difícil hoje passar um vendedor de taboca, mas se você ouvir um triângulo ritmado ou ver o nome já sabe, eu recomendei, corre e compra e se prepara para meleira e colação no céu da boca.
Tem uma outra iguaria que passava vendendo nas ruas antigamente que nunca mais vi, acaçá o nome. Quando eu ouvia o homenzinho que vinha com um tabuleiro apoiado em um torso na cabeça gritando: "Olha o acaçá! Tem de leite, tem de milho oiá!". Eu, nessa época já aborrecente, saia desembestada atrás de pedir dinheiro para comprar. Adorava e comia feliz e faceira, sem ponderar , nem perguntar do que foi feito, se engordava, se era feito de forma higiênica e estou aqui vivinha da Silva, graças a Deus e aos anticorpos.
Pesquisando imagens e informações sobre o acaçá descobri que é um quitute típico do candomblé, como o acarajé e o abará. O acaçá que me dá água na boca só de falar o nome é uma pasta de milho branco ralado ou moído, envolvido, ainda quente, em folhas de bananeiras (adoro essa parte, pelo cheirinho, saborzinho e beleza), que para os rituais da religião tem toda uma preparação ritualística e significados.
Voltando as tabocas, dia desses passando a tarde na casa de minha mãe resolvi atravessar a rua para comprar do outro lado, numa barraquinha de lanches, uma   saltenha. Entre abrir o portão e dar dois passos até a barraquinha eis que ouço o som familiar da musiquinha do triangulo e sem pestanejar berrei o vendedor: "Moooço!"
Música, latas com o nome da manteiga, sem pinturas ou adesivos, o senhorzinho com o boné do Vitória (meu time), a imagem das tabocas saindo das latas, o preço convidativo, juntando tudo comprei dois pacotes e esqueci da saltenha.

Ritos de passagem

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Nietzsche sugere  que não há apenas uma morte ao longo da existência humana, que no decorrer da vida morremos simbolicamente a cada etapa vivida e vencida, para podermos nascer no estágio seguinte.  Li isso e linkei com a postagem sobre João e o pé de feijão que fiz dia desses e buscando imagens de casulos e borboletas para ilustrar o post, tive esse estalo ou seria estouro, do milho em pipoca.
Outra citação por aqui sobre essa mudança de estágio foi a de dar panelinhas e bonecas as meninas quando pequenas e só depois como um rito de passagem para a adolescência, salto alto e maquiagem, para haver uma relação mais mística, sentimental, de valores e tudo não ser tão banalizado e atropelado.
Essa transição de uma vida a outra é o que tribos indígenas, seitas e algumas religiões chamam de rito de passagem.  O antropólogo catalão J. M. Fericgla exemplificou com a Primeira comunhão, essa relação referente aos meninos, ele disse: "Era tradicionalmente um rito de iniciação, uma porta simbólica que conduzia da infância à puberdade. Os meninos ganhavam suas primeiras calças compridas após a cerimônia, transformando-se em homenzinhos. Isso coincidia com a permissão para sair à rua sozinhos, mesmo que apenas para comprar pão. O padrinho costumava abrir uma conta-corrente no nome do afilhado. Também no momento da primeira comunhão os meninos ganhavam seu primeiro relógio, o que significava um controle adulto do tempo". Legal né?
Tem o rito de saída para morar sozinho(a), casar, virar pai, mãe, avós. Tem o rito de passagem da vida ativa de trabalho para a aposentadoria e tantos outros. Separei uma frase de Caio Fernando Abreu, para arrematar: "E, de repente a vida te vira do avesso e você descobre que o avesso é o seu lado certo”. A pipoca é o lado avesso do milho de pipoca e o lado certo e penso que nós também precisamos pipocar para nos revelar e realizar.

Futebolices

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Por aqui, dia desses, falei de minha relação com o futebol e hoje resolvi falar da dos outros. O que me inspirou foi uma frase de Joel Santana dita para o clube que dispensou ele sem nenhuma cortesia ou consideração aos seus muitos anos de carreira. Ele disse: "Nem sempre o sorriso do palhaço é o melhor."
Nem sempre quem parece sair mais prejudicado é o que mais perdeu, assim eu entendi e dai me veio a necessidade de pontuar minha não concordância com esse descarte indiscriminado e corriqueiro de técnicos e jogadores.
Tão bonito, humano, esportista, um jogador ser a cara do time, fazer parte de sua história, ser o vilão de derrotas e heróis de conquistas, sentir-se desafiado a correr atrás, a buscar o resultado. Para o jogador e para o torcedor a ralação tem que ser um misto de pessoal e comercial e não se dispensa um parceiro ou funcionário a cada vez que ele erra.
Técnicos que acompanham a anos a fio um mesmo time, como os de clubes estrangeiros, tem por conta disso, um conhecimento do clube, dos adversários, dos jogadores, desenvolve e aplica teorias, técnicas, ganha e perde, cria intimidade, paixão, relação com os jogadores, equipe técnica e torcida.
Para fechar meu comentário futebolístico comportamental, acho inaceitável, inapropriado, incompreensivo, um pais como a Espanha estar se desfazendo em caos e crise e os clubes de futebol milionários sentirem-se a vontade a margem disso, investindo pesado, ganhando milhões, com poder de barganhas, sem se sentirem no dever de fazer alguma coisa pela país que reapresentam e ostentam em seus nomes, camisas e histórias.
Passo a bola para quem quiser opinar e que nossa sexta-feira seja de gols ou chutes na trave, vitória ou derrota e em qualquer que seja o caso, cabeça erguida.
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