Sabe mais que não é mais, tipo hoje se lê mais dizem as estatísticas, mas de muita coisa solta, mais de tudo e menos de cada coisa, menos os clássicos, menos com atenção, menos se processa o que se lê, menos se tem opinião crítica e não tipo imediata e polêmica. Menos se internaliza e mais se publica, compartilha. Fragmentos, diversidades que não somam ou se ligam sem liga, muito que sobra, conteúdos pesados, ou leves não do tipo poéticos, mas leves tipo isopor.
O ranking dos mais lidos, cujo pódio é hoje ocupado pelos livros de colorir para adultos, já foi liderado por Harry Potter, por alarde também foi brevemente por “Toda poesia” de Leminski, por tons cinzentos, vampirices e afins e as obras sobre temas "cabeça" estão lá, tão, tão distantes do topo da lista há muito tempo. Talvez desde o tempo que era obrigado ler na escola. Aqui cabe meu opinar, de que obrigar também é educar, o que vai breve virar transgredir de tanto que tudo é solto e livre. Que mal há em dizer hoje esse é o suco, o almoço, tem que tomar? Opressão! Ditadura! Ou amor, ensinamento de valores diversos em um gesto que parece ser de ordem e é.
Qual o impacto do tudo escolhido e moído pra descer fácil, do vale livros qualquer que sejam? Os jovens gostam do que prende, do tenso, do que comunique com o que eles querem, as leituras mais densas exigem do leitor um engajamento intelectual e um pensamento criativo, que não atraia, que vende, que não se propõe enfeitando o pavão ou por obrigação a serem lidas, uma vez que desenvolvem maior capacidade de análise, de busca e aquisição de conhecimento, de senso crítica e até inteligência emocional e social
Super acho válido livros de ficção, de fantasia, haja visto só como parâmetro que a geração nascida entre o fim dos anos 70 e o fim dos 90 se tornaram leitores após os livros do pop bruxo Harry, que tomaram gosto pelo hábito da leitura e passaram a ler outros livros. Assim como os livros para colorir sem palavras, levam leitores para as livrarias e de lá livros cheias delas saem a tira colo.
Livros são fontes de conhecimentos, registros históricos, sociais, são fonte de ludicidade, de entretenimento, da reprodução e construção de histórias, despertam emoções e daí cabe a reflexão que existe uma tendência de tornar tudo muito fluído, de fácil acesso, como se dificultar, cutucar, sacudir a roseira dos interesses enlatados dos leitores fosse tarefa inglória e sendo vale pelo resultado que promove em cada um como indivíduo e assim seno na sociedade, pelo menos é o que eu acho, não que ninguém tenha me perguntado. De alguma forma eu venho observando que o leitor jovem e adulto vem sendo enlatado, infantilizado no sentido negativo da palavra, vem sendo tirado por baixo, sem capacidade de compreender, de absorver o que não é midiático, sem necessidade de variedade de estilos.