Hoje é o dia do escritor. Mas para ser escritor precisa de faculdade? De diploma? De ter livros publicados? Fazer resenhas vale? Escrever poemas em guardanapos vale? Escrever em blog vale? É um bom escritor quem escreve uma linha que fala mil palavras/ E quem escreve divinamente mil palavras que lemos tão rápido e leve como se fossem duas? Escrever quem sabe escrever pode, deve, mas para ser considerado um escritor, precisa do que? Será que só de leitores? Para ser poeta então, que total falta de definição!
Todas essas minhas (talvez coletivas) indagações, com uma exclamação de arremate, são em homenagem a essa, não sei se chamo de profissão, na verdade eu chamaria e remuneraria como que a um jogador de futebol, nas proporções do talento, como é a prática, mas na prática dizer ser escritor vai do ser desocupado ao ser pop, de hobby a ofício extra. Tantos escritores foram e são advogados e escritores, funcionários, empresários, doutores e escritores. Como ouvi numa palestra de Mário Sérgio Cortella com relação a ser Filósofo, as pessoas perguntam a você, na sua ausência ou mentalmente, você escreve mais faz o que? Ganha a vida como? A pergunta embora pareça preconceituosa, e é, retrata a realidade desse profissional, a má remuneração desse dom e dos frutos que dá, das demandas que atende em todas as áreas, para todas as profissões.
Muito para as editoras, muito de comercializável e modinha nas prateleiras, muitas barreiras e âncoras fazem ser escritor ser ofício ou laser mais por prazer que por outra coisa qualquer, nas determinadas proporções, vale essa afirmação para os reconhecidamente grandes escritores, nenhum virá aqui ratificar o que digo, mas quem sabe um pouco que seja sobre o mercado editorial e a remuneração dos escritos para os escritores, sabe do que estou falando. Lamentável, para dizer o mínimo. Lamento feito, contextualização real e concreta da data e do personagem, vou falar da beleza e poesia do dia.
De algumas poucas palavras cheias de tudo, iluminuras, vazios cheios de nada, esticadores de horizontes são os escritos Manoel de Barros e Alexandre Reis, dois escritores por quem tenho especial admiração, já declamada, resenhada e referenciada aqui diversas vezes. O Alexandre para quem conhece e quem não, buscar por seu nome é bem grão. Para achar os brotos, árvores, flores e frutos de sua poesia: Escrevendo e semeandoé o caminho. E um caminho em comum entre os dois queridos e entrelaçados poetas tem tem o alcance fácil, rápido e compreensão elástica, o pouco que é muito. Falo de pequenas considerações, frases, descrições.
Muito presente é hoje em dia nas redes sociais, em produtos diversos, nas prateleiras das livrarias esse formato de escrita e leitura. Para quem teve, conhece ou já ouviu falar e para quem não, procurar (adoro cutucar o bichinho alheio da curiosidade), me remete um pouco, com um pouco só de palavras a mais a um livrinho chamado: Minutos de sabedoria. Para ser aberto uma vez ou mais no dia, em momentos de necessidade de palavras, de conselhos, de poesia, filosofia, sabedorias. Ganhei de uma professora na época da escola um para chamar de meu e cá está com dedicatória, contra capa amarelada e algumas roídas de traças. A pró era na época responsável pelo Serviço de Orientação Educacional, salinha para quem aprontava e muito lá eu estava ou por ter aprontado ou por me meter nos aprontes alheios, sempre com algo a dizer.
Eu, como dito, desde muito, sempre de muitas palavras e após muitas postagens por aqui, vou criar uma nova guia aqui no Blog. Uma janela a mais e talvez um perfil no Instagram para publicação de poucas palavras, frases, haicais, poesias, notas, legendas aqui publicados. Colocando esse feijão de porvir no algodão, logo brota e quisá que nem o pé de João, alcance o céu, tenha som de harpa, poder de transformações, magia. Pelo variar e ir além.
Parabéns a todos os escritores amigos, aos que partiram e que as obras são eternas, pelos que seguem escrevendo e semeando, pelos que tem o dom, pelo que é bom ou não, escrito ser documento, ser história, memórias, registros. Por escritos terem imagens em si, cheiros, sons, sentimentos e sentidos diversos, pela magia que há nisso.