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Dos pequenos milagres

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As pessoas são o que elas amam, acreditava e cronicalizou Rubem Alves. Também creio e trouxe de entrada para a semana que segue, para cada um se servir e que sirva como reflexão, como mudança de olhar, de sentires e ações.
"Uma professora me contou esta coisa deliciosa. Um inspetor visitava uma escola. Numa sala ele viu, colados nas paredes, trabalhos dos alunos a cerca de alguns dos meus livros infantis. Como que num desafio, ele perguntou à criançada: E quem é Rubem Alves?
Um menininho respondeu: O Rubem Alves é um homem que gosta de ipês-amarelos. A resposta do menininho me deu grande felicidade. Ele sabia das coisas. As pessoas são aquilo que elas amam. 
Amo os ipês, mas amo também caminhar sozinho. Muitas pessoas levam seus cães a passear. Eu levo meus olhos a passear. E como eles gostam! Encantam-se com tudo. Para eles o mundo é assombroso. Gosto também de banho de cachoeira (no verão), da sensação do vento na cara, do barulho das folhas dos eucaliptos, do cheiro das magnólias.
De música clássica, de canto gregoriano, do som metálico da viola, de poesia, de olhar as estrelas, de cachorro, das pinturas de Vermeer (o pintor do filme "Moça com Brinco de Pérola"), de Monet, de Dali, de Carl Larsson, do repicar de sinos, das catedrais góticas, de jardins.
Da comida mineira, de conversar à volta da lareira.
Sou místico. Ao contrário dos místicos religiosos que fecham os olhos para verem Deus, a Virgem e os anjos, eu abro bem os meus olhos para ver as frutas e legumes nas bancas das feiras. Cada fruta é um assombro, um milagre."

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