Quintanices é o nome que dei a essa série de fotos
Coisas de quintal no modo Guimarães de palavrear
Que acabei por conjugar
Quintais e Quintana são mais que rima
Toda uma composição
Toda uma composição
Como quem tirou as fotos foi meu irmão
E ambos amamos o apassarinhado poeta
Não podia passar sem poesia essa descrição das fotos
E porque três tão "iguais"?
Para observâncias de uma coisa e outra em cada uma por cada um
“Mas o que quer dizer este poema?
Perguntou-me alarmada a boa senhora
E o que quer dizer uma nuvem?
E o que quer dizer uma nuvem?
Respondi triunfante
Uma nuvem, disse ela
Uma nuvem, disse ela
Umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo”
Mario Quintana
Estender foi a melhor palavra que achei para trazer de novo varais para cá. A história começou na sexta-feira passada, quarada em uma crônica compartilhada e comentada por uma amiga em seu blog, que acabei por fazer uma crônica aqui e da referência e carência de varais, pedi a minha mãe, para pedir a minha irmã, para fotografar o da casa dela e acabou que quem fotografou foi meu irmão, com todo seu olhar poético e ai estendeu-se a história até aqui, literalmente.
Estender roupas ou histórias é coisa boa demais, dessas fotos, por exemplo, dá para resenhar sobre esse prato de planta que já foi fundo de balde, virado para baixo, que faz as vezes de guarda-chuva para a comida dos passarinhos, nesse comedouro confeccionado por meu pai (o modelo muda com o tempo, se atualiza, tipo troca e reforma de móveis). Quando a chuva aperta ele ainda põe uma sombrinha para os pássaros se abrigarem e para não molhar as migalhas de pão. também põe um pratinho para água, como se não tivessem poças suficientes, na verdade penso seja na ideia dele uma água filtrada para os problemáticos, ou tipo luxo de hotel.
Outra historinha é painho dar nomes a visitantes recorrentes. Na infância de meu filho uma rolinha foi batizada de Lindinha, agora tem por lá um tal ou uma tal de Piti, piando, saltitando e voando e eu que não sou de pouca coisa, quis saber o porque do nome (imagino minha mãe perguntando a ele e ele dizendo: Conchita, essa menina quer o que com isso? rararara).
A fonte do nome é ímpar. Ele me pediu um tal livro pop (avesso a coisas pops que ele é, estranhei e logo providenciei). O capital é o nome do tal livro, que comprei no pré lançamento e custou por mais de um motivo a chegar e eis que chegou por lá, nesse tempo de espera, o tal passarinho que ele chamou de Pity (mandou me avisar que é com y, com todo vocabulário espanhol abaianado que lhe é pertinente). Deu o nome por causa do nome do autor do livro que é Thomas Piketty. Me diz o que tem a ver? Resolvi recorrer a Quintana para achar além de engraçado por demais, lindo. "A poesia não se entrega a quem a define".
A fonte do nome é ímpar. Ele me pediu um tal livro pop (avesso a coisas pops que ele é, estranhei e logo providenciei). O capital é o nome do tal livro, que comprei no pré lançamento e custou por mais de um motivo a chegar e eis que chegou por lá, nesse tempo de espera, o tal passarinho que ele chamou de Pity (mandou me avisar que é com y, com todo vocabulário espanhol abaianado que lhe é pertinente). Deu o nome por causa do nome do autor do livro que é Thomas Piketty. Me diz o que tem a ver? Resolvi recorrer a Quintana para achar além de engraçado por demais, lindo. "A poesia não se entrega a quem a define".
Com toda essa contação e diante dessa figura que é meu pai (do tipo quem conhece que compre), parece um senhor fofo e adorável Seu Guilhermo. É e não é (feliz nessas horas que ele não é uma pessoa conectada e vai ler isso). A pessoa miúda é tipo uma cebola que é preciso trato para descascar, paladar sem frescuras para gostar, o grande e barbudo fotógrafo e cineasta também, sobre eu ser assim não acho necessário mencionar.
E tem ainda de detalhes com histórias, as cordas, que são hoje de cordão, mas já foram de nylon e trocadas tantas vezes, os pregadores que as vezes tomam chuva e ficam cor de madeira escura, o concertar quando desprendem desse treco do meio que nunca consigo, o tirar folhas das calhas, que meu marido tanto tirou, o cooorre que tá chovendo, minhas subidas na goiabeira que hoje só tem o tronco e a figueira tomou conta. Um viveiro de periquitos que um dia fez parte desse cenário e uma roseira, uma pimenteira, um gato, uma eu com quinze anos.
Enfim, para tirar essa colcha de retalhos do varal e fechar a porta do quintal, uma cítrica, no sentido saudável, aromática e alaranjada sintonia, sendo laranja a cor preferida de meu irmão e da minha amiga escritora. Descobri, que o varal da casa dela, não o de hoje, o da infância, que iniciou esse estendimento sacudido e depois passado e engomado, ficava junto a um pé de limão e a casa desse varal das fotos, tem como endereço: Rua do limoeiro.