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Sobre livros

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Em meados do mês de agosto falei aqui de não leituras e hoje vim falar das entrelinhas e bastidores do comércio de livros, que acho há tanto a ser revisto, mudado.
O livro: A culpa é das estrelas, por exemplo é classificado aqui no Brasil como literatura estrangeira e não como juvenil. Simples: Porque é um potencial campeão de vendas e limita as vendas ser considerado "só" como juvenil. Vale a observação do quanto as pessoas tem limitações a rótulos. Eu por exemplo compro livros sem levar em consideração essa classificação, de crianças, de auto-ajuda, para mim não importa. Como quando recomendo ou dou de presente, para mim, o que importa é o conteúdo.
Mas as coisas funcionam nessa linha da classificação, as estatísticas são feitas em cima dessas informação, bem como de outras estapafúrdias como certos assuntos e autores não serem considerados literatura, Paulo Coelho, por exemplo, tão mais conceituado fora do Brasil. Aqui seus escritos são leituras exotéricas ou categorias similares.
Já fiz aqui e faço criticas a certo tipos de livros, assuntos, autores, ao que for de alguma maneira nocivo, mas defendo também que vale ler até bula e placa de rua e mas especialmente no quesito livros, vale o gosto pessoal, vale como leitura tudo que de alguma maneira informe, desafie o raciocínio, o conhecimento, agregue.
Existe uma logística muito grande entre escrever um livro, pagar para editá-lo, publicá-lo e fazer chegar as mãos de leitores e uma necessidade de investimento financeiro, reconhecimento do mercado, adoção coletiva da proposta geralmente hoje fruto de contatos e interação nas redes sociais, para que estejam nas prateleiras de uma grande livraria, que tem sua disposições geralmente por gênero e na entrada, uma vitrine e convite aos mais lidos.
Fui a um tempo atrás, numa livraria em Aracaju, que não me esqueço. Ela era muito menor do que as mais famosas e até hoje é a minha favorita, lá nada de categorias, os livros eram dispostos nas estantes do cantinho da entrada até o final por volta de toda ela pelo nome do autor e em ordem alfabética.
Aquilo do livro não ser próprio para crianças e ser indicado para elas, ou vice e versa é de se questionar e não seguir essas indicações. Tantos livros, já disse aqui e digo sempre, são para crianças, mas deveriam ser lidos por adultos, pois a muito a extrair dos personagens e lições e que uma criança vê só as figurinhas e o básico que a poesia dessas obras contém. Bem como livros de assuntos complicados e contraprodutivos como o da resenha que referencie no início dessa postagem são indicados arbitrariamente para crianças sem questionamento dos pais e instituições de ensino e espaços lúdicos.
Outra questão é a casquinhagem das pessoas para comprar um livro. Sempre comparo a um lanche, a duas cervejas para os que gostam e nunca bebem só duas, a uma roupa ou outra coisa qualquer, que a depender tem menos efeitos positivos sobre nós do que um livro. Dou livro de presente e já ouvi muitas reticências quanto a não ser um presente que se goste de ganhar, eu gosto e dei já para quem de cara não vai gostar, mas gostou.  Já ouvi de uma mãe que sempre que ia no shopping esqueci de ir na livraria comprar livros para o filho, tem os que dão chiliques e se desdobram em argumentação para o fato de um livro infantil custar o mesmo que um de adulto, não ponderando a parte econômica e limitante do ponto de vista lúdico e de desenvolvimentos, de gastar, sei lá, 500 reais num tablet pro filho de 2 ou 3 anos.
Para tipo bordado ou estampa, destacar nessa colcha cheia de retalhos rotos, outro ponto, não é reconhecido e valorizado o trabalho do ilustrador tanto quanto é merecedor. Não se considera que a quantidade de páginas de um livro com 4 a 5 folhas, seja com figuras (que contem mil palavras e páginas) ou com figuras e meia dúzia de palavras, não deve ser parâmetro para o preço do livro. Há mais ali que nos infinitos e repetitivos cliques em eletroeletrônicos ou em muitas páginas que não dizem nada ao leitor. Não se considera além do livro ser um livro, que ele seja um objeto afetivo, uma forma de educar o abrir com cuidado, o não rasgar, não riscar, para ler, reler, tatear, ser infinitamente reutilizável se for bem cuidado. Parte da estante que diz sobre quem ali mora através dos títulos e autores, parte da nossa memória, objetos max mesmo sendo minis.
Para encerar falando de uma boa leitura, o livro Crônicas Gris de Ana Paula amaral, é o prêmio do Concurso cultural que lancei aqui na sexta passada e que se encerraria nessa sexta, mas prorroguei para encerrar no sábado, clica aqui e participa.

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