Sempre que estico os braços que nem o Cristo redentor para dobrar um lençol, lembro de minha avó. Como sábado foi dia dos avós, resolvi trazer para cá uma das muitas histórias minhas com Dona Maria Francisca, a única avó que conheci e que segue aqui cada dia mais dobradinha. Dobrar os lençóis era uma tarefa que ela com certeza podia fazer sozinha, mas que jamais fazia, chamava sempre um ajudante merim que estivesse de bobeira, eu sempre me escalava. Segurávamos, cada uma duas das pontas e na medida certinha e num vai e vem que nem sanfona dobrávamos os tais lençóis e cobertores retirados do varal ou os de cima da cama desforrada ao dormir e religiosamente forrada todas as manhãs.
Uma tarefa para se sentir na obrigação de ajudar, uma companhia para os afazeres rotineiros, uma vivência de carinho, de dobras, vincos e vínculos, como tantas outras que só damos valor algum tempo depois ou que no ato já nos recheia e direciona. Voinha também me ensinou como colocar os pregadores em cada tipo de roupa, vestidos, blusinhas de alcinhas, camisas de homem, pendurar sem pregadores roupas de tecidos finos para não marcar, como lavar roupa na mão, como suspender e manter a corda o varal com um cabo de vassoura para os lençóis e pernas de calça não arrastarem no chão, como improvisar varais, colocar roupa para quará e também como comprar e tratar peixe, galinha, como passar roupa. Desde miúda, como telespectadora e ouvinte, até maior como coadjuvante e no papel principal.
Uma tarefa para se sentir na obrigação de ajudar, uma companhia para os afazeres rotineiros, uma vivência de carinho, de dobras, vincos e vínculos, como tantas outras que só damos valor algum tempo depois ou que no ato já nos recheia e direciona. Voinha também me ensinou como colocar os pregadores em cada tipo de roupa, vestidos, blusinhas de alcinhas, camisas de homem, pendurar sem pregadores roupas de tecidos finos para não marcar, como lavar roupa na mão, como suspender e manter a corda o varal com um cabo de vassoura para os lençóis e pernas de calça não arrastarem no chão, como improvisar varais, colocar roupa para quará e também como comprar e tratar peixe, galinha, como passar roupa. Desde miúda, como telespectadora e ouvinte, até maior como coadjuvante e no papel principal.
Assistindo a um filme em uma cena onde muito havia para prestar atenção, eu prestei atenção no fato de a mãe avisar a amiguinha pequena do filho que jogava batalha naval com ele, que o avô dela a chamava e não houve cara feia, pausa, nova jogada, questionamento, nenhuma reticência. Dito que o avô a chamou, a menina se despediu. Obediência e respeito, ensinamentos que devem ser repassados urgente, assim como dar atividades das mais variadas, seja varrer, lavar, levar o lixo, colocar a mesa. Vale para aos pequenos, médios e grandes. Mais do que senso de coletividade, são valores semeados que brotam dessas prosaicas práticas. E tenho dito!