Livro é que nem árvore, tem história
E ilustração também, mas não sei a autoria dessa
A imagem e o título são para semear e fazer germinar mudanças de mentalidade e intervenções sobre uma questão que ao meu ver, não ter nada a ver, que é adequar os escritos antigos as mudanças da língua e também adequar as obras aos novos tempos, como por exemplo: desconsiderar preconceitos próprios de uma determinada época ou pessoal de um determinado estilo ou autor. Livros, contos, histórias são registros. E tenho dito! Pirei aqui com os ataques a Monteiro Lobato ano passado, por escolas, pais e mídia afora, faltinha do que fazer!
Nessa vibe (usando vocabulário moderno), seguem recortes do abaixo assinado que mencionei aqui ontem, na tentativa de impedir a alteração das palavras originais nas obras de nossa língua portuguesa. Para assinar, clica aqui.
"Nós, abaixo assinados, leitores e escritores, consideramos inadmissível a aprovação de quaisquer projetos cujo propósito tenha a pretensão de alterar, seja no todo ou em parte, as palavras originais utilizadas por autores em suas obras na língua portuguesa. Referimo-nos, no caso, a recente projeto aprovado pelo MiNC, cujas pretensões imediatas envolvem mudar palavras nas obras de Machado de Assis.
Ampliar o acesso do jovem à cultura deveria representar a ampliação de seu vocabulário, e não a alteração de termos utilizados por um autor. Observa-se, contemporaneamente, um empobrecimento da linguagem. Ainda que faça sentido apontar para a dificuldade do jovem em compreender expressões menos coloquiais, isso poderia ser sanado a partir da elaboração de obras com devidas notas de rodapé, explicando o significado de cada palavra considerada "complicada".
Salientamos que obras com tais notas explicativas já existem, e outras poderiam ser criadas, de modo a atrair o interesse dos jovens.
Salientamos que obras com tais notas explicativas já existem, e outras poderiam ser criadas, de modo a atrair o interesse dos jovens.
Ora, ainda que se interprete a presente lei, argumentando "ausência de prejuízo" a Machado de Assis (ou a qualquer autor falecido), tal interpretação é subjetiva e contestável. Consideraria o autor aceitável tal modificação em sua obra? Como sabê-lo? Inadmissível partir do pressuposto de que o autor não se incomodaria com tal intromissão.
Este projeto abre precedentes preocupantes. Teremos nós mesmos os nossos dizeres alterados no futuro? A única posição passível de ser tomada, diante deste fato, é o agnosticismo: diante da impossibilidade de saber o que o autor pensaria disso, não alterem o texto original deste autor. Inclua-se, no máximo, notas explicativas...versões em quadrinhos das obras de Machado de Assis. Os quadrinhos consistem em uma magnífica porta de entrada para o universo da leitura.
Este projeto abre precedentes preocupantes. Teremos nós mesmos os nossos dizeres alterados no futuro? A única posição passível de ser tomada, diante deste fato, é o agnosticismo: diante da impossibilidade de saber o que o autor pensaria disso, não alterem o texto original deste autor. Inclua-se, no máximo, notas explicativas...versões em quadrinhos das obras de Machado de Assis. Os quadrinhos consistem em uma magnífica porta de entrada para o universo da leitura.