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Sobre mães

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Tem objetos e falas que são típicos de mães, sejam brasileiras, espanholas, americanas ou africanas. E fazendo pareja com as igualdades, estão as diferenças de estilo, gosto, tempo e personalidade. E cada um tem aquela brincadeira, brinquedo, paninho, toalha, acessório, comidinha, aquela coisinha que é parte de sua história e que remete diretamente a essa figura tão ligada a cada um. Tem quem não tenha tido mãe de sangue presente, ou tenha tido prematuramente ausente, tem quem teve mais de uma mãe e em todos os casos algo sempre fica, cercado de referências e sentimentos.
Eu repito por gosto e por diversão frases clássicas de minha mãe e pontuo as muitas coisas que são a cara dela, cada vez que vejo. E isso, saiba ela ou não, representa o valor que dou a ela, a presença dela em mim e no que me cerca e nessa prática tão simples e as vezes involuntária, creio reside amor, gratidão, homenagem, mais que em um buquê de flores gigante, uma joia, um jantar e essas coisas que tem seu valor, seu sabor, seu papel, mas que não chegam perto dos desenhos que fiz para ela de dia das mães quando pensava que sabia desenhar.
O chamar: mama, de Zaion para minha irmã Kátia é presente e som de se ouvir como melodia para toda vida. Paulinho, meu filho, que nas horas de porre ou de alegria extrema queria a mim e mais ninguém, as primeiras muitas coisas que vi e que assim sendo, ainda que ele não saiba ou reconheça agora a dimensão que tem, sei, sou sua arca.
Tem uma frase de iniciação para momentos em que fazemos besteiras e desejamos não ter feito, que para mim tem o som da voz de Dona Conchita a cada vez que falo: "Andava Deus comigo se..." e uma exclamação usada para quando se pratica o venha nós ao vosso reino nada: "E eu que parta um raio!". É clássico também, quando ela anda seja por uma praça cheia de flores, diante de vitrines de lojas ou para diante da tela do computador para ver seleções de bordadinhos, artesanices, bichinhos, crianças ou qualquer coisa tchuc-tchuc: Oh! Ah! Que lindo! Olha! com entonação e cara de encantamento de criança. Tem ainda o sobrenatural que ela vê em barulhos, ao ouvir coisas que só ela ouve (como o barulho dos cupins roendo a madeira do assoalho), ao ver coisas onde não tem (um bicho no que é uma folha no chão ou um buraco na parede), o desaparecer de papéis e objetos diversos que ela mesmo perde ou guarda tão guardados que não acha e jura ser misterioso, espiritual, inexplicável o desaparecimento.
Memórias e relatos sobre o meu doce de mãe a parte, brinde de coca-cola por minha avô Maria que sempre foi roxinha, pretinha para ser mais exata, por coca-cola e um doce ao gosto de cada mãe que por aqui passar, chá com torradas ou uma cervejinha para relaxar, abraços, beijos, fotos, puxões de orelha nas que estão precisando, passeios, colo e tudo que for carinho, reconhecimento e gratidão pela dedicação que só elas tem.

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