Marcílio Godoi de quem já falei aqui algumas vezes, além de poeta e palavrista é arquiteto e jornalista com textos na Coluna "O português é uma figura", da Revista LínguaPortuguesa dentre outras escrivinhanças. Estou com um rascunho de uma resenha sobre seu livro: Ingrid uma história de exílios, que não ato nem desato e eis que ganho de presente de aniversário mês passado, da amiga Ana Paula, o livrinho: A Inacreditável História do Diminuto Senhor Minúsculo, obra ganhadora do Prêmio Barco a vapor de 2012, que a categoria é infantil, mas para mim tem cheirinho de vapor de leite fervendo, recomendado para todas as idades. Livros para crianças também são para adultos eu creio e eu que sou uma criança grande então, me perco e me encontro.
O teclado, segundo Sr. Minúsculo é palavra em pó, amei essa frase e definição e toda a imaginativa criação e aprontação desse diminuto ser que vive dentro de uma velha máquina de escrever e dá vida, graça e garbo às palavras datilografadas pelo seu criador.
Personagem, histórias, detalhes, recadinhos, parênteses, resignificâncias. Uma leitura ímpar! As ilustrações são um capítulo a parte, além de nas entrelinhas haver um aceno a já tão tecnológica e hoje poética máquina de escrever, o alcance da simplicidade, a comunicação como essência e não os meios.
O tal senhorzinho palavresco e arteiro não se dá bem com as novas tecnologias e decidi voltar à máquina de escrever. Depois de conhecer ele, que defino como um mix de Visconde de Sabugosa com o Saci, desconfio ser o dito parente bem próximo de algum Sr. ou Sra. que vive no tal errador de palavras que tem no meu celular. Ah se eu pego essa criaturinha!
Divagações e recomendação de leitura feitas, meus aplausos ao escritor e desejo de que crianças, adultos e idosos nunca fiquem sem saber o que foi um máquina de datilografar, eu fiz até curso (entregando minha idade avançada). Que não deixem de usar lápis, papel, giz de cera, cola, lantejoulas, glitter, clips, grampos. Que vivam, aprendam, ensinem, além telas. Computador segundo minha sogra em sua simplicidade e sabedoria que não imagina ter, faz mal, tv demais atrofia o cérebro digo a meu filho desde pequeno, que hoje adolescente e conectado não me ouve e nem por isso deixo de dizer, deixo de lhe dar livros, papel, lápis, canetas, folhas secas e pedrinhas que cato no chão.