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Ovos mexidos

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Dei uma de repórter investigativa sobre o que fazem as pessoas hoje em dia no dia de Páscoa, cisquei aqui, ali e acolá para ver se achava algumas sementinhas variadas e não achei lá muita coisa. Aqui em terras baianas, nada de decoração nas casas, guirlandas nas portas como em países europeus e da América do norte, mesas postas com detalhes temáticos, tradição de esconder ovinhos para os menores ou colocar o ovo fora da porta e dizer para criança abrir pois alguém tocou e perguntar fantasiosamente se não terá sido um coelhinho.
E não venha me dizer que as crianças de hoje não são bobas. Nunca fui boba, mas tive infância, não nasci com tpm e cheia de certezas e inteligência pura. Acreditava em contos de fadas, histórias, duvidava as vezes, mas tinha magia na vida que me era apresentada, pois são os adultos que apresentam a vida, com mistérios, sonhos e realidade as crianças. Tem uma história, de um menino que conheço e criei que trocou a chupeta por um ovo de páscoa.
De lado a tradição de serem os padrinhos quem dão os ovinhos a seus afilhados, ao lado de tantas crianças nem serem batizadas, padrinhos que não dão a menor importância ao papel que assumiram e por ai lá vai. Nada de a maioria saber os símbolos da páscoa e nem de longe o que tem a  ver cenoura, com ovos, coelhos e chocolates. Mexido tudo isso, que nem ovo de galinha, há a obrigatoriedade e falta de originalidade de o objeto comercial da data ser o famoso ovo de chocolate. Para as crianças pequenas ou grandes nada de variações, uma caixa de chocolates não vale, coelhinhos de pelúcia ou plásticos para crianças menores também não valem ou valem se vierem com um ovo.
Nas maioria das escolas, além dos amigos secretos de chocolate, dos ovos e coelhos nas ilustrações das tarefas, nada de pintar ovos de galinha e ensinar como esvaziar sem quebrar a casca e rechear com doces ou papel picado. Nada de confecção de cenourinhas, no máximo orelhas nas crianças e em escolas públicas, uma data qualquer.
Há os não tão famosos e deliciosos pães de páscoa, que são como os do Natal,  minha mãe disse que lá onde ela nasceu e cresceu, era tradição os padrinhos darem aos afilhados um pão, chamado roscão. Os almoços são tradicionais, religiosos e diferentes em cada região, cada família. Lá na casa de meus pais espanhóis por exemplo, sexta-feira santa é dia de peixe ou bacalhau e a Bahia se rende ao caruru. Domingo fartura como filhotes de coelhos de pratos diversos.
A semana santa, foi para muitos e hoje ainda é para poucos dias de estar em casa, em família, tipo um Natal de meio de ano, de ir as missas e não um feriadão, uma oportunidade imperdível de viajar, encher a cara e fazer n coisas que se faz o ano inteiro.
Eu tenho em mim umas americanices, não por influência, por gosto mesmo e acho o máximo a tradição dos coelhinhos na Casa Branca. Ritual infantil seguido por um homem poderoso, que publicamente se diverte e curte, se não é com gosto, bem fingidamente. Obama me pareceu uma criança no ano passado.
Minha ciscada, cutucada e desejo de que em cada casa e de maneira viral como se é moda fazer algo pegar hoje em dia a semana santa e a Páscoa sejam uma oportunidade extra de reflexão, de agregar, de sermos tradicionais e criativos, de valorizarmos os laços de família e adornarmos nossa fé!

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