Sabe aquele joguinho de letras, cada uma em um quadradinho, dentro de um quadrado, com uma vaga, tipo um que falta e que faz podermos deslizar os com as letras para formarmos palavras?
Um quebra-cabeça, joguinho de desafio, não importa o nome, a história é que esse joguinho sempre vem em minha mente nas ocassiões de arrumar compras ou objetos em espaços já povoados com coisas e no cotidiano entra e sai de elevadores. Nos dois casos faço uma referência da lógica que é necessária e da elegância também, para que cada letra, coisa, pessoa se acomode, de modo a cada um em particular e o todo ficarem confortáveis, dentro de um espaço comum.
Ao escrever o que seria só essa relação que faço e até já verbalizei algumas vezes, observei que nesse joguinho e nessas situações é necessário alguém a guiar com as mãos ou o olhar de fora, de jogador, de encaixe e não de interesses pessoais, pressa, desatenção.
Nas letras soltas em busca das palavras por inteiro ou coisas soltas em busca de espaço é mais "fácil" a movimentação do que com pessoas, que não são conduzidas com simples toques e olhares, nem ordenadas, como letras, palavras, objetos.
As nossas mãos, gestos, olhares, palavras, coração tentam e sonham mover os outros com toques mas a medida que amadurecemos, buscando respostas e fazendo perguntas, descobrimos que não é possível guiar as pessoas como peças, com pessoas o jogo é outro. No jogo dos relacionamentos ao contrário do das letras, nos movemos e com isso as outras peças se movem.