Li em um blog vizinho:
"Tudo o que um indígena faz está num círculo
E isto é porque o poder do mundo sempre acontece em círculos
E tudo tenta ser redondo
O céu é redondo
E a terra é redonda como uma bola
E a terra é redonda como uma bola
E assim são as estrelas
O vento, em seu poder máximo, gira
Pássaros fazem seus ninhos em círculos
Pois deles é a mesma religião que a nossa
O sol se eleva e se põe em círculo
A lua faz o mesmo
E ambos são redondos
E ambos são redondos
As estações formam um grande círculo em suas mudanças
E sempre voltam outra vez de onde vieram
A vida de um homem é um círculo
De infância à infância
E assim é em tudo onde se movimenta o poder"
Eu, nascida no dia do índio, me vejo na obrigação, fora o gosto, de revindicar, como já reivindiquei aqui (ver aqui e nas entrelinhas aqui e aqui) por mais respeito, reverências, valorização histórica e cultural a figura do índio, suas tradições e o vasto conhecimento que eles detém, além do reconhecimento de serem eles e não os portugueses os nosso descobridores, afinal no relato de chegada diz-se que eles estavam aqui e se estavam, foram eles que descobriram ora pois!E assim é em tudo onde se movimenta o poder"
Fui cutucada por uma amiga de tribo, a cacique Ana Paula, com um link que ela me mandou de um Programa chamado "Diálogos", exibido na web, no canal Educartis, onde o apresentador Maurício Curi, entrevista: Kaká Verá, um índio que dentre outras coisa discorre sobre a expressão "programa de índio" se referir originalmente a todo programa que não tinha objetivos específicos, encontros para contemplação, para flanar, para jogar conversa fora. Com a desenvolução, porque vamos combinar, ao mesmo passo que evoluímos em algumas frentes e regredimos em outras, a expressão passou a ser usada inadvertidamente para programas chatos, porque para os agitados de plantão com intenções em tudo, de metas numéricas de caças a serem abatidas a bebidas a serem entornadas, negociações a serem feitas, bater papo, tomar sorvete, caminhar pelo shopping para ver vitrine, bem como coisas bizarras, foram colocadas em um mesmo lugar comum, na categoria programa de índio.
Como propôs o entrevistador eis-me aqui para fortalecer a liga pela mudança de uso da expressão: Passemos a dizer com sorriso e suspiro, agora vou fazer um programa de índio, quando for cozinhar, quando for pescar, quando for fazer trabalhos manuais, quando for bater papo bom furado etc.
Os índios por muitos são vistos como vadios, como espertos por serem por vezes representados nos eventos culturais das escolas, dentre outros, por uma minoria sem respeito ou ligação de fato com a filosofia de vida e raízes legítimas indígenas, tem também a turma politizada e mercenária, de valores duvidosos como há as pencas de gente de todo tipo do mesmo tipo.
Os índios por muitos são vistos como vadios, como espertos por serem por vezes representados nos eventos culturais das escolas, dentre outros, por uma minoria sem respeito ou ligação de fato com a filosofia de vida e raízes legítimas indígenas, tem também a turma politizada e mercenária, de valores duvidosos como há as pencas de gente de todo tipo do mesmo tipo.
Tribo também é um termo usado de forma pejorativa, tribo disso e daquilo, turma, galera, gangue é mais da hora e com referências não tão da hora assim. Mas é tudo uma questão de hábito e eis-nos aqui para mudar o mundo, tarefa tão ao alcance e tão mistificada. Somos brasileiros, nosso chão foi adubado e germinado por índios, destemidos, guerreiros, sábios. Valor a quem é de se dar valor. "Um povo que não conhece o seu passado tem dificuldade de construir o seu futuro. Quem não sabe de onde veio, tem dificuldade de saber para onde vai. Quem não valoriza seus antecessores terá dificuldade de valorizar seus sucessores."
Em um circulo de reconhecimento, busquemos a simplicidade, vida de índio, com irmandade, energias trocadas com a natureza, espiritualidade, hierarquia, em danças, em roda, dados as mãos, elevando os pensamentos, incluindo expressões, defesas, objetos nas estantes, enfeites no figurino, comida saudável e feita com amor na mesa, sabedoria na nossa vida de escravos tão se achando libertos.
Em um circulo de reconhecimento, busquemos a simplicidade, vida de índio, com irmandade, energias trocadas com a natureza, espiritualidade, hierarquia, em danças, em roda, dados as mãos, elevando os pensamentos, incluindo expressões, defesas, objetos nas estantes, enfeites no figurino, comida saudável e feita com amor na mesa, sabedoria na nossa vida de escravos tão se achando libertos.