Eu comecei o dia com frescor, mas talvez pela água fria do balde, resolvi voltar e falar de outro assunto, com tom de segunda-feira, faca no dente, reivindicações, soluções. Acho, que os representantes de uma escola ou empresa, de um grupo de pessoas pequeno ou grande e quem lida com o público em geral, sejam cantores, atores, escritores; são formadores de opinião e são símbolos de referência no que diz respeito a muitas coisas como conduta, visual, vocabulário e nesse último quesito, acho importante falar bem ou no mínimo, falar certo.
Desafetos pessoais a parte, me indigna e solicito em todas as bocas miúdas e graúdas e eco nas redes que alcancem quórum e mobilização, o pedido doce, se não aceito, amargo, de que a Excelentíssima Dilma, declare-se equivocada, arrependida, ou qualquer sentimento que ela jugue conveniente e retire o som do ar, das bocas, da tv, a escrita em impressos do vocábulo: presidenta.
Sei que já disse que gosto de palavras inventadas, mas no âmbito formal, convenhamos, cai mal. Miriam Rita Moro Mine da Universidade Federal do Paraná verbalizou e registrou a queixa e eu trouxe para cá seu discurso, que segue:
"No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante...Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Portanto, a pessoa que preside é presidente e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Portanto, a pessoa que preside é presidente e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha.
Diz-se: capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta". Um bom exemplo do erro grosseiro seria: "A presidenta se comporta como uma adolescenta dentre tantas outras atitudes barbarizentas e não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta".