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Mudanças e caos

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Assisti a uma matéria no Globo News que falava com tom de total compreensão e apoio, sobre uma resolução lá na terra do Tio Sam, de ser opcional a cada estado ensinar a letra cursiva no processo de alfabetização e sobre o desuso da mesma e portanto exclusão de forma definitiva. 
Um dos apresentadores versou veemente, cheio de argumentos e empatia por parte dos outros 3 contra a letra  cursiva, que ninguém mais usa, que não tem sentido e que os motivos de quem defende não tem fundamento comprovado.
Eu escrevo com os dois tipos de letra, escrevo a cursiva com total gosto, destreza e escutando a voz de minha professora de alfabetização, subindo o l, descendo a perninha do g. Também sou ótima para fazer cópias de letras de estilos diversos, das tipo deitadas e magrelas as rechonchudas, sou como o seletor de fontes do Word é só escolher que sai igual. As que adoro fazer sãos as maiúsculas com gracejos, tipo de convite de casamento.
Para não me estender muito e dar a voz ao público, que pode ser contra a minha opinião, afinal não sou dona da verdade, eu penso que a letra cursiva é de total utilidade, seja pela representatividade na assinatura de cada um, como um símbolo pessoal, como traço da personalidade, haja vista a existência da grafologia, que não me admira será questionada e subjugada, seja por que treina a coordenação motora, ensina sobre a prática do uso das letras minúsculas e maiúsculas em nomes próprios, abreviações etc.
Sem falar que as letras cursivas são uma marca gráfica, histórica, cultural e atemporal. Mas há tanto sendo retirado e mudado em prol da praticidade. Agora, por exemplo, para quem não sabe, em muitos lugares, no processo de alfabetização, não é mais necessário que a criança saia escrevendo. Lendo já é o bastante e nem precisa ser bem.
E os pais compreendem, quanto menos trabalho para eles e crianças aprovadas melhor, é o senso comum. E as crianças se enchem de "razão" com suas mentes destinadas a limitação, que para usar computador e vídeo game, não precisam saber escrever, só ler. Um aluno quando eu ensinei, me disse: -Pró, não preciso saber ler e escrever, vou ser jogador de futebol. Dei uma enorme resposta, mas me fiz várias perguntas e lamentei.
Quem sabe daqui a uns anos a nossa língua oficial passe a ser o inglês, pois jogos e programinhas de celular são em inglês, para as redes anti-sociais é um facilitador, afinal com tanto senso de urgência, gosto por praticidade e carência de sentidos, usar o Google tradutor vai dar muito trabalho.
Não se tem mais fitas e nem cds ou dvds de músicas, até mp´s estão em desuso  e  se faz bem poucos álbuns de fotos físicos, muitas pessoas não compram mais livros, simplesmente baixam (e geralmente nunca leem). Enfim, tudo é armazenado na internet para facilitar e com isso se perde o tato, as gavetas, as caixas, pastas, cheias de trecos que alegram, que são lembranças para posteridade ou boas companhias para dias sem luz ou sem conexão.
Dentro dessa facilitação e desapego a tudo que sempre foi como foi e sempre teve um porque: Para que aprender a ler?  Programas, livros, tudo vai ser lido por alguém que tenha aprendido ou por uma máquina programada para tal e só será preciso escutar. Hummm! Tenho sérias dúvidas de êxito, pais já não se escuta mais. Não consigo não me preocupar com a desevolução na qual caminha a humanidade, em passos de formigas, cheia de vontades, leituras e escritas precárias.

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