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Das ressonâncias

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Em plena era digital, soa anacrônico, além de improvável, imaginar que o sino de uma capela pos­sa anunciar algo e que alguém preste atenção. Mas era assim nos idos de alguns muitos anos atrás.
Dessa época, é o escritor anglicano John Donne, parente de São Thomas More, santo católico decapitado pelo rei Henrique VIII, padroeiro dos políticos. Descoberta minha sem querer nesse momento tudo a ver.
O tal padroeiro, era tio-avô de Elizabeth Heywood, mãe de Donne, que escreveu a famosa frase: “Nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti”. Daí, "Por quem os sinos dobram",  virou livro, que fala de política e história, virou filme e também música de Raul Seixas, leitor de Hemingway e de tantos outros escritores e filósofos.
Ai, em pleno século 21, sem muito espaço para leitores de Donne e Hemingway, que os interpretem de forma profunda, assim como quem ouça com especial atenção Raulzito, os sinos continuam dobrando para cada um, seja no som de aviso de mensagem do Zap, do Face, seja por meio da música do plantão de notícias Global ou de qualquer outro canal, pelo “trending topic” do Twitter.
Os sinos não tocam e não tocavam pela pessoa que morre, nasce, aniversaria, pelo evento em si, tocam para provocar o coletivo, pelo sermos ressontes. E atualmente, num processo de involução, quase ninguém se dá conta de que suas palavras ou silêncio, tem ressonância coletiva.
Publiquei esse texto agorinha no Face em meu perfil comercial por lá, ai trouxe para resoar aqui e em silêncio desejo faça eco.

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