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Pronto! Falei!

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Eu, que desde sempre fui empoderada, acho que um dos poderes maiores de mulheres e homens, minorias e maiorias, desde sempre, é a palavra. Por uma palavra dita, ouvida, lida tudo pode se transformar. Palavras de ordem, de informação, de diversão, de encantamento. "A arte não é um espelho para refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo", disse Maiakóvski, poeta russo, a Escola também não.
A filosofia, a sociologia, a literatura e a história, são mais que disciplinas, cada uma tem muitos papéis, como apresentar diferenças, conflitos, medos, sonhos, expectativas, rivalidades, semelhanças e diferenças de gerações, de culturas, diversidade de sentimentos, de crenças e tudo isso deve ser apresentado e estar presente no ensino de todas as faixas etárias, para oferecerem uma visão atemporal e diversa do mundo que vivemos e para nos oferecer opções de lidar com ele.
Dar opinião em tempos de redes sociais carece de podas é fato, de garimpo, valendo eu acho criminalizar excessos. E acho também, que professores tem direito a ter perfis e ter opinião, partido, religião, porque não? Como não?
São sim formadores de opinião, como autores, atores, cantores etc. São humanos, referências positivas e negativas a serem ou não seguidas, depende da criação dos ainda sem opinião, de terem senso crítico ou não, de entender que somos coletivos, múltiplos, partidários, com ou sem fé, crenças e invariavelmente doutrinados, palavra que como muitas está sendo folclorizada. 
Em casa, na escola, nos meios de convivência diversos que frequentamos, através do que assistimos, lemos, ouvimos, em todas as idades há explícito e ou implícito o compartilhamento de valores, crenças, opiniões, ideais, tidos como princípios entre os membros de um grupo, comunidade, tribo, seguidores, nos mais diversos campos. Isso é doutrinamento. 
Assim sendo, não há como desvincular a educação da religião, da política, das diferenças, das comparações. Não há porque haver mimimi em comparar Chê com São Francisco, Frida, Capitu, Lula, Temer, Oxalá, Buda, com seja lá quem for, com respeito, argumentação, referenciais teóricos, históricos, comportamentais.
A literatura, por exemplo, não é apenas linguagem e veículo de sensibilidade. Livros numa conotação poética, são como árvores, tem história, além da contada. Livros de fantasia embora fictícios tem história, filosofia, moda, psicologia, conhecimento, tomada de consciência do mundo. Jorge Amado não pode ser desvinculado do Candomblé, do coronelismo, da Bahia e seus costumes, culinária. Machado e Castro Alves sem discussão política, não dá e sem dar e receber opiniões, não se faz discussões.
Não me ocorreu nenhuma figura evangélica para comparar ou citar, me ocorreu, católica que sou, foi perguntar ao Papa Francisco fonte da polêmica que é o santo e a comparação ao sanitarista revolucionário, a sua opinião.
A revolução, só que não, das crianças doutrinadas sem glúten, lactose, cheias de ses, de proteção, adolescentes que se prefere alienar não vai dar em bom lugar. Só acho! Como assim julgar Monteiro Lobato, editar e vetar seus livros, personagens ?
"Aprender é muito mais que reproduzir ou decorar. É perguntar, duvidar, questionar, discordar, querer viajar, teimar em atravessar fronteiras" disse ele, que através do Sítio do Pica Pau amarelo em minha infância e na de muitos brasileiros, ainda hoje resistindo a 3D´s, criou personagens e aventuras que ilustram, exaltam e divulgam a cultura brasileira, cheiros, gostos, costumes, valores, lendas e vai além quando exalta e mistura as nossas histórias e folclore a literatura universal, como a mitologia grega, quadrinhos, cinema.
Sobre a polêmica em torno do racismo na obra de Lobato, o preconceitos com a Tia Nastácia, tema infelizmente recorrente que vale para lembrar quanto é antigo esse mal, assim como o mal hábito afanador do Saci que tantos políticos fazem as claras e não são presos em garrafas até devolverem o que roubam.
Nessa caça aos bruxos, com referência histórica, política e religiosa, tem ainda o mau exemplo do pinguçu Muçum dos Trapalhões, a má influência linguística de Chico Bento e eu poderia escrever aqui um tratado didático e partidário a cerca do quanto acho isso tudo uma perda de tempo e um culto as paranóias, a censura, a alienação, mas para fechar, vou parafrasear Charles Bukowski, poeta americano nascido na Alemanha, que não sei se foi bom ou mau, de qual partido ou doutrinas. “O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas e as pessoas idiotas estão cheias de certezas”.

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