Sem esperar o coletivo, imaginei se cada um começar a categorizar discussões como quem coloca etiqueta em pastas ou potes de plástico, ia ser a nova revolução mundial.
Menos nunca foi tão mais, na moda, na quantidade de informação (quem diria), no dar e ouvir opiniões, no ser seletivo em demasia pra comer, sem freio pra beber. Enfim e sem fins dos excessos de cada dia que andam tirando as coisas dos eixos, da ordem.
E assim, como trabalho de formiguinha, largar de opinar e postar tanto nos apps de papos e redes "sociais", para abafar e se sobrepor ao sisisi dessa cigarrada que tá o mundo, um tal de opinar sobre tudo, tomar partido, tomar as dores, não há consenso sobre se um vestido claramente azul e preto é azul e preto! Olha onde chegamos!
A falta de pertencimento a causas diversas, das bobas as com sentidos e sentimentos e de maleabilidade com tudo que destoam de uma mesma convicção, crença, ideologia, tem erguido muros entre as pessoas, tão surreais quanto aquele que criticamos enquanto assistimos ao jornal ou damos um Google.
A Internet parece ter credenciado o jornalista, psicólogo, médico, filósofo, sociológico não formado com a devida capacidade em cada um. Tenho inveja e admiração dos seus Tonhos e Tianas das roças mundo afora que não sabem nem quem é Trump, que diacho é Safadão, Neymar e sei lá mais quem.
Lidar de maneira minimamente respeitosa com nossas e certezas e com as dos demais, seja as de um mendigo ou de um juiz é como se diz, na verdade se dizia, porque ditado popular não é mais popular: "O direito de um começa onde termina o do outro". E tenho dito!