Seguem trechos de um texto de um blog vizinho: "Vi uma reportagem neste final de semana que me deixou um pouco intrigado. A reportagem tinha como alvo o vício causado, supostamente, pelo universo virtual. Mas, acreditando que a verdade deve ser, antes de mais nada, retirada da sua posição originária, observada de forma mais meticulosa, e aí sim seguir adiante com uma nova convicção.
Pensem na minha ideia, não como conceito universal, mas como algo singelo que parte de um ponto em busca de outro ponto. Vivemos um esfriamento total. As pessoas a cada dia estão mais voltadas à perfeição, e dentro desta pseudo-perfeição, a dor, o sofrimento, e enfim, os sentimentos estão sendo engolidos por uma bolha falsa.
A internet é a ponte, segundo a minha ideia. Num mundo de carências gigantescas, onde nem mesmo um abraço de amor pode ser dado sem causar preconceito e nem os seres livres podem escolher o caminho a seguirem, a internet afina os meus amigos e com eles avanço sobre essa frieza do momento. Tento romper com poesia essa bolha triste que se forma tão longe de nós, humanos. Não, não acredito no vício.
A reportagem toma o efeito como causa, ou seja, o "vício" seria o efeito do uso da internet, e não como causa desta solidão interna! A internet usada de forma inteligente, é uma extraordinária ferramenta, ferramenta que faz chegar até vocês essa minha ideia, e muitas outras."
Li esse texto, escrito por Ives Vietro e assisti a tal matéria e penso que as pessoas ficam numa de não largar o aparelho celular, por um combo de coisas: não se apegarem as companhias presenciais por preguiça, por preconceitos velados, por ser modinha, porque não mais no PC está o bichinho do face (que cruzou com o do msn), também e muito porque no aparelho são baixados apps de contar seus passos a mandar beber água, tem o tal do não sei, não lembro pesquiso numa teclada (ninguém mais tenta lembrar nome de nada, põe no Google). E se multiplica o achar que ter mais é mais, todos os aplicativos, muitos contatos, muitos cliques, tudo muito.
E como idealizou o tal Jobs, que o celular fosse uma extensão da pessoa (Oh Lord!), estão hoje em dia, em cada aparelho muitas histórias, informações, imagens, bilhetes, correspondências, documentos que antes eram de papel, e ficavam em agendas, na bolsa, e, classificadores, receitas em cadernos, fotos em álbuns, músicas e vídeos em cds, dvds, consultas e transações financeiras nos caixas eletrônicos e agências bancárias, reuniões de trabalho, no escritório, contatos em listas telefônicas e por ai lá vai.
É fantástico, não há como negar! Praticidade, facilidade, múltiplas possibilidades, o lado bom que se só ele fosse, demais é sobra, como reza o dito popular e vale para tudo. Os aparelhos acabam por centralizar muitas demandas se não houver um filtro, um cuidado, um limite. Concentram informações e materiais diversos, com graus de importância pequena a grande, e portanto, apego, referência, tensão muitas vezes, irritação e descarte do uso de outras mídias, outros locais de registros e armazenamento das coisas (na cabeça é uma boa prática #ficaadica), para o prazer e benefícios das diversas possibilidades, para não se perder tudo, caso se perca ou danifique o aparelho e não ter tudo na nuvem sendo ela uma fonte de raios e trovões por um acidente ou pelo que representa como impessoal, comercial e invasiva que é.
É fantástico, não há como negar! Praticidade, facilidade, múltiplas possibilidades, o lado bom que se só ele fosse, demais é sobra, como reza o dito popular e vale para tudo. Os aparelhos acabam por centralizar muitas demandas se não houver um filtro, um cuidado, um limite. Concentram informações e materiais diversos, com graus de importância pequena a grande, e portanto, apego, referência, tensão muitas vezes, irritação e descarte do uso de outras mídias, outros locais de registros e armazenamento das coisas (na cabeça é uma boa prática #ficaadica), para o prazer e benefícios das diversas possibilidades, para não se perder tudo, caso se perca ou danifique o aparelho e não ter tudo na nuvem sendo ela uma fonte de raios e trovões por um acidente ou pelo que representa como impessoal, comercial e invasiva que é.
Além dessa centralização de necessidades e cada vez mais, a criação de usos, os aparelhinhos móveis tem e provocam em escala maior a carência pela falsa presença das pessoas e o fato e pesar de os indivíduos estarem cada dia mais sem personalidade. Resumindo, na vibe da moda, com tanta liberdade e sem fronteiras as pessoas estão concentrando tudo, rifando, compactando e se achando espertas e sem fronteiras. O diagnóstico eu diria, não é vício, é excesso numa ponta e falta na outra.