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Das listas

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A lista de S. Guillermo

A lista de D. Conchita 

Eu tenho um lado louco por lista,  que compartilho virtualmente com uma amiga paulista blogueira de igual bem-querer. Como o blog dela está em pausa, não vou linkar, mas por e-mail vou convidar ela para vir aqui espiar e se reconhecer. Listo coisas para fazer, filmes (tem algumas listas nas minhas agendas da adolescência), livros lidos, livros que quero ler, lugares para ir quando viajar, coisas para provar, lista de convidados, lista de coisas para resolver, para comprar, listas negras (rarara). Adoro fazer listas!
Faço compras de mês, daí, listas em folhas de papel fofas ou não, em toalhas de papel, guardanapos, atrás de notas fiscais, em post its mais recentemente no celular, rola de um tudo, com quantidade do lado, e anotações do tipo marca, para caso não seja eu a ir buscar as tais coisas (acontece quando marido vai comigo). faço sempre também, a disponível para ir no mercado quando vou na casa de meus pais, porque ela sempre esquece algo, porque invento modas, porque adoro ir a supermercados, feiras e afins. E eis que por lá, além da lista de pedidos, Balu (a cadelinha mais barulhenta do universo) late, toca o telefone, tocam na campainha, meu pai fala de um assunto, minha mãe e minha vó de outros e tenho que anotar o que vou buscar se não da porta da copa para o portão esqueço (esse é meu lado Dory).
Ai, lá vou fazer minha leitura em um blog vizinho e amado na semana passada e lá estão listas de mercado. No mesmo dia, por sintonia ou sei lá o que, num juntar de coisas mandáveis pelo correio em envelopes, comprei para essa minha amiga de blog um kit de blocos espilicutis para ela fazer anotações e listas de feira, mercado e afins. Se isso não te parece fantástico, lista o que te parece que vou adorar ler.
Clica aqui para ver o post dela e lá clica num link de onde veio o post dela. Essas listas ai em cima acionei que fossem feitas por meu pai, minha mãe, Roberto (que trabalha com meus pais e é meu brother, exceto quando o assunto é futebol) e Nete (uma querida que me ajudou a tomar conta de meu filho pequeno e agora ajuda minha mãe a tomar conta de minha avó).
Meu pai sempre pediu coisas de lojas de ferramentas e materiais de construção e sempre listei para ir comprar com anotações do tipo: polegadas, metragens e afins, sempre me interessando de abelhudar o que não sabia e não tinha porque eu saber. Minha mãe, eu adoro a letra ela, devia ter sido pró pra fazer valer a grafia, e ela em suas listas escreve hispano abrasileirada as vezes e até pouco anotava endereços de e-mail escrevendo o arroba.
Nete, resolveu fazer uma lista com muitos itens e Roberto, que eu não conhecia a letra e adorei,  deve ter sido novidade para ele fazer uma lista, já que receber de todos é o que mais ocorre, seja lá na casa de meus pais, seja de sua companheira e mãe.
E nessa, as letras deles por aqui, registradas para mim, mostradas para quem por aqui passar, minha lembrança e de minha mãe das listas de minha avó, que escrevia com letras cursivas e de imprensa misturadas, em idioma próprio: espanhol, português, vocábulos inventados, escrita como se fala (como ela falava esumfalava.  Em rresumo, entre a lista e a ida ao mercado, era indispensável um momento de tradução. 
Lembrei também de como minha sogra chama certas coisas, uma é isgute, não há quem faça ela chamar de iogurte. Outro nome, para mim estranho é massa de tomate, o mesmo para sabão massa, que para mim são extrato ou polpa de tomate e sabão em pedra. Dela também é meu conhecer e achar o máximo um tal de Rol de roupa. Lista das roupas que a lavadeira levava em uma trouxa prosaica feita com o lençol estendido no chão da sala. Lá se iam as roupas listadas e com ela ficava a lista para conferência na volta.
Tem uma tal de farinha do reino, que nunca sei se é a de mesa (ou de guerra) como chamo a de mandioca ou se é a de fazer bolo e pão, que chamo de farinha de trigo. Listas tem regionalidade e logo sotaque #fato, tem particularidades, siglas, poesia porque não. Tem quem escreve e fala que come biscoitos, tem quem vai de bolachas, tem os da tangerina e os da pocã ou mexerica, tem quem compra carne de sertão e quem compra jabá. 
E quem nunca viu uma lista perdida numa cesta ou carrinho nos tempos que as pessoas faziam listas e não pegou e leu por curiosidade, ou não pegou para limpar a mão suja de peixe ou sal das carnes salgadas. Quem não deixou a lista sabe Deus por onde e nela tinha anotado algum número ou nome. Poderia ficar listando aqui histórias e memórias de listas, mas tenho que ir aqui, que uma lista de coisas a fazer me esperam.

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