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De P a G

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Hoje foi o dia em que nasceu um certo serzinho que morou em mim por 9 meses e que a 14 anos atrás, já era preguiçoso, quando nasceu, para chorar, teve que ser sacudido. E na dele ficava no moisés com forro de cerejas, com móbile de papel que fiz e girava como um planetário e ele admirava. 
No berço ou na imensidão da varanda da casa dos avós, dentro de casa, na biblioteca que frequentava assiduamente, na pracinha, na espera pelas cobsultas do pediatra, almoços na rua, casa dos outros, ele se detinha com pequenas coisas, por longo espaço de tempo.
Nos prédios onde moramos os vizinhos se admiravam de ter uma criança morando ali, nada de gritos, berros, chutes de bola, gudes rolando pelo piso.
Montava tapetes de quebra-cabeças, numa ligeireza e destreza de nos espantar. Arrumava os carrinhos como se fossem peças de uma loja ou exposição, nada de explosões ou arremessos. E assim fazia com os bichinhos e bonecos. Adora brinquedos de encaixar e ficava irritado quando uma peça tinha mal encaixe, além da quantidade necessárias de peças para ele montar sem querer que nada do que montasse fosse desmontado.
Para dormir ainda bebezinho invariavelmente colocávamos o cd ou cantávamos as músicas de: Memórias, crônicas e declarações de amor, de Marisa Monte. Tudo a ver o nome do álbum com as nossas vivências, minhas, do pai, dos avós e tios com ele. Sempre inteligente, com tiradas e compreensões de uma casa velha, um pouco agridoce, ainda mais agora adolescente, teimoso e inflexível como esse período entre P e G se manifesta em todos nós.
Uma fonte de muitas memórias nossas que são dele, de crônicas, poemas, comédias, tratados de aprendizados e ensinamentos, ele vive no mundo da lua, vou ter que entregar. Ele até já disse no auge de sua disposição infantil que teria três empregos e um dele seria ser astronauta. Hoje, não há coragem nele nem para um emprego de 4 horas, nem mesmo, vale pontuar e desabafar, para tarefas mínimas diárias, mas creio (acreditar é preciso...risos) isso mude ou esteja na paradeira dele e habilidade com os jogos sua vocação.
Muitas moedas de cinquenta centavos e um real foram investidas em bolinhas pula pula, que saiam dos globos rolando e o destino nunca foi nas mãos dele, pularem por ai e ele sair atrás, serem perdidas por debaixo de lugares ou jogadas para o alto, infinito e além. Moravam num pote e estão aqui até hoje dentre as muitas coleções que ele fez e guardei para ele usar na decoração de seus quartos ou escritórios ou para ser herança para sues filhos e netos, com direito a anotações de histórias, frases célebres, embalagem da bolacha maisena da marca Pilar, que até hoje ele toma molhada no café, adorada, como salame e outras coisinhas que ele se orgulha em dizer que gosta igual e se furta de novos experimentares. Como uma fã e colecionadora por tabela, tenho guardadas roupinhas, objetos, incontáveis fotos com legendas, revistas, livros e todo um arsenal filhoamado.com
Meu registro polido, sem mimis para não desagradar a fera, mas sem poder deixar passar a data sem uma homenagem, uma declaraçãozinha de amor, uma benção de sexta-feira, com sinal da cruz de mãe na testa, além de festa, likes e compartilhamento de bons desejos de dimensões inter estrelares.

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