Imagem que ganhei por e-mail
E pousei de primeira os olhos nos bordados nos bustos dos vestidos
Não sei ao certo se são letras
Sei que acho lindo isso antigo de marcar as roupas com a letrinha das crianças
Ou do casal
Para não misturar, para personalizar
Parei também o olhar e teci meu admirar nos vestidos
Longos e simples que tão bem caem em meninas crianças
Além da familiaridade do contramarco velho da porta
E gosto por pés descalços
“Você é jovem ainda
Amanhã velho será
A menos que o coração sustente
A juventude, que nunca morrerá”
Chaves
Eu confesso e escracho aqui meus saudosismos e gostinho por hábitos, valores, objetos e eteceteras antigos. A lembrança e querer de hoje é ver nas brincadeiras das crianças o velho pega varetas. Adorava e tinha precisão cirúrgica. O largar das varetinhas, as cores, a simplicidade do jogo que exige concentração, cuidado, destreza manual e momentinhos de calmaria, além do saber perder, passar a vez, desenvolver e repetir gestos e técnicas, me encanta.
Dá para ensinar na escola ou em casa sobre cores para os menores e matemática para os maiores jogando pega varetas. Dá para produzir um maço na aula de artes com palitos de churrasco na semana das crianças ou em casa num dia de chuva qualquer. E nas beiradas da produção ensinar a colocar jornal no chão, molhar o pincel num copo d´água para usar outra cor, pintar de um lado e esperar pacientemente secar para virar e pintar o outro. Sentir o prazer de dizer: Fui eu que fiz!
Pegando o gancho de Chaves com o pega varetas, para não perder a deixa, eu acredito, acredito, acredito, que é na infância que habilidades, valores e caráter se formam e assim sendo, é clichê, mas é uma verdade atemporal, que as crianças são o futuro. As de hoje, serão os médicos, professores, cientistas, advogados, políticos de amanhã e o serão conforme suas experiências na infância. Ter consciência disso, muda o mundo.
Legal toda essa tecnologia de hoje, avanços, mudanças, muito bom para todas as idades, o acesso pela internet a informações, imagens, interação, aparelhinhos digitais e toda uma adequação que é necessária e sadia as novas práticas, entretanto, quem é das gerações de 80, 70 ou qualquer outra passada, tem o papel e gosto, penso eu, de passar as vivências, memórias e práticas de sua infância e adolescência, para que as novas gerações absorvam os ensinamentos contidos no que foi fruto de aprendizado e diversão de tempos atrás e também para os adultos de uma certa forma lembrarem, reaprenderem, reafirmarem suas vivências, aprendizados, habilidades e assim se manter e a adornar os laços com valiosos adereços educacionais e sentimentais. Sem exagero, simples assim, seja em um brinquedo, uma brincadeira, uma história contada. Enfim! Alguém ai tem um pega-varetas? Numa latinha, amarrado com elástico de dinheiro, numa gaveta qualquer. Eu quero!