Eu lutarei para sempre
Vou deixar tudo certo
Vou levantar quando cair
Não ficarei no chão"
Trechos da música Never say never
Assisti pela segunda vez dia desses ao filme documental do astro Justin Bieber e fiz reflexões e questionamentos bem distintos de quando vi a apenas 2 anos atrás, a cerca das várias frases ditas por ele, sobre ele e para ele. Que na sua maioria hoje carecem de ser levadas ao pé da letra, promessas aquém da realização por quem as disse e quem é corresponsável, ao meu ver, não só pelo que ele fez de bom, quanto pelo que está fazendo de ruim, seja por má conduta, por perturbações mentais, morais ou químicas, levando em conta o impacto do que ele foi encorajado e por muitas vezes obrigado a fazer e parecia inofensivo.
Um garoto dissecado sem medidas em prol de fama e de dinheiro. Limites excedidos que ao meu ver são mais importantes para quem é rico e poderoso do que para quem tem que ter limites por falta de opções. Famoso, com o ego constantemente inflado, promessas de nada vai dar errado com você e outras garantias que não foram cumpridas, pois não se tem o domínio do futuro, o futuro é fruto do que se planta. A adolescência é um turbilhão de hormônios, de mudanças, de inquietações, uma fase que faz as rédeas de quem conduz a carruagem da infância escaparem. O que não se teve ou se teve em excesso aflora em comportamentos, valores, senso individual e coletivo, tudo isso potencializado com a praga e acesso fácil as drogas e más companhias, recheado no caso dos famosos friamente por interesses comerciais.
Um adolescente problema, como muitos. Problema de quem? De todo um conjunto que no caso dele tem a impressa fazendo questão de colocar os maus feitos na capa, no assunto do dia, dando cartaz ao que não deveria dar, julgando como sociólogos e zeladores da moral e dos bons costumes. Tem ainda o tom nocivo de colocar ele na condição de sem salvação, apostas nas redes sociais de por quantos anos ele vai viver. Que horror!
Cabe refletir se estarão interessadas e insuflam essas noticias desde o primeiro sinal de fumaça, as marcas e parceiros, na intenção comercial da quebra de vínculos de imagem e patrocino, para se garantirem. Fazer questão de colocar na vitrine e esmiuçar o que ele faz de errado com requintes de sensacionalismo para abonar as sanções, sem se preocupar nas entrelinhas com a geração que o seguia e que ainda seguem e ao invés de se chocarem pode se espelhar?
Cabe refletir se estarão interessadas e insuflam essas noticias desde o primeiro sinal de fumaça, as marcas e parceiros, na intenção comercial da quebra de vínculos de imagem e patrocino, para se garantirem. Fazer questão de colocar na vitrine e esmiuçar o que ele faz de errado com requintes de sensacionalismo para abonar as sanções, sem se preocupar nas entrelinhas com a geração que o seguia e que ainda seguem e ao invés de se chocarem pode se espelhar?
Never say never bem podia ser o tom da impressa e da multidão de fãs ou um grupo salvador deles, pedindo, chamando o ídolo para a razão, rezando, fazendo homenagens em vida ao invés de póstumas, incentivando uma maneira diferente de olhar dos jovens para esses casos, para fazer o senso comum achar triste. E se não tiver jeito, não teve, mas não fica o gosto amargo do eu sabia, eu disse, não tinha jeito mesmo. Uma vida, um adolescente, um menino bonito, com talento, que conseguiu o sucesso sonhado por muitos, uma pessoa a alcance de ajudas públicas que é colocada na cruz e apedrejada muitas vezes por quem tem um amigo, um irmão na mesma situação lastimável de perda para as drogas, para a ilusão de poder, de estar no topo, quando se está no fundo do poço.
Desejo que ele, assim como outros jovens e adultos, levantem como na letra da canção ou como o bíblico Lázaro. Que esse rapaz reescreva no cimento da calçada da fama e da vida, seu nome, cante sua virada com o amigo Jaden e receba aplausos de quem deseja sua salvação como a dos muitos adolescentes perdidos no mundo das drogas. Que ele não seja um mito morto, seja um milagre vivo. Que anjos celestes e Santa Cecília, padroeira dos músicos digam: Amém!