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Sobre compras e leituras

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Ao meu ver a proporção entre comprar livros e ler deve ser igual. Se gosta de comprar e não gosta de ler, compra e dá de presente. Estabelece um prazo, uma regra, uma cláusula contratual com sua estante: Livro que entrar e não sair por tal prazo, vai voar! Sob pena de ir para o purgatório reservado para as pessoas que compram muito mais livros do que leem ou mentem sobre suas leituras.
Li sobre esse purgatório por ai e dia desses ouvi um certo ator e cantor global declarar com gosto que gosta muito de comprar livros, muito mais do que de ler. Vale pontuar que se for para gastar o dinheiro com porcarias, vale mais comprar livros que não serão lidos ou serão.
Não sou do tipo começou tem que terminar, largo leituras pela metade, por desgosto ou por falta de tempo e depois falta de memória do que já foi lido. Sobre os que fingem ter lido um livro, ridículo é a palavrinha mais suave que achei.
Um leitor praticante por gosto ou necessidade se já não se deu conta, se dará, de que nunca conseguirá ler todos os livros que deseja. O universo literário, benzadeus é muito vasto e nosso tempo se divide entre mil e uma coisas. Para ler, cabe o comparativo, tanto quanto para escrever um destalhinho é um dos carros chefes: disciplina é o nome dele. Soube que Hemingway acordava todos os dias antes do amanhecer para rabiscar algo, nem que estivesse de ressaca. Tolstói disse sobre o hábito de escrever todos os dias: “Nem tanto pelo sucesso de meu trabalho, mas para não sair de minha rotina” e como prega, poetiza e encena Elisa Lucinda: Não falem mal da rotina. Para emendar não mintam sobre suas leituras, não comprem mais do que vão ler, usar, comer, tudo demais é sobra, bem reza o dito popular.

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