Resolvi lançar uma campanha de destravação de línguas, um pedido de mais perguntas, um manifesto de rua, internético, local, mundial, interplanetário que vou inaugurar com uma coletânea, para uma questão que venho buscando respostas desde o dia 25 do mês passado, dia do escritor. Lá vai:
Porque não ouvi falar no jornal nacional, nem teve nenhum comercial, seja na tv, por e-mail ou jornal sobre esse dia? Podia ser mais um dos muitos incentivos ao consumo, esse eu até aprovaria.
Podia ser institucional, de algum partido político ou do governo federal, estadual, da prefeitura. Podia ser das grandes livrarias e editoras. Podia ser marketing das mil malas diretas que recebemos por e-mail. Eu que já fiz contato com muitas editoras, podia ter recebido um e-mail sugestivo para que eu passasse a ser a mais nova parceira, eu ia me achar e quem sabe não me rendesse.
Grandes nomes podiam ter sido lembrados nos muitos programas que passa nos canais abertos e fechados nas quintas feiras. Nem minha amiga escritora Ana, que mora em Sampa, com quem troquei essa indagação, nem eu aqui em terras baianas, não ouvimos falar na data, em nenhum lugar. Alguém ai ouviu? Alguém leu alguma coluna, crônica, nota de pesar de algum escritor sobre a desvalorização e desprezo ao dia?
Tanto os mortos que são os prediletos para especiais, quantos os vivos, tantos tão bons e muitos que vivem sabe Deus como da escrita (peço a Amado para se juntar a campanha e perguntar lá em cima a ele), merecedores de homenagem.
Seria uma ótima oportunidade para falar de números, em especial dos números sobre o livro de poesia do Paulo bigodudo poeta e brasileiríssimo na lista dos mais lidos. De propor um perfil evolutivo nos gostos e mentes, incentivar a leitura, prestar conta dos Planos municipais do livro e da leitura e quem sabe lançar um Plano de incentivo a escrita e a publicação.
Você que passou por aqui e leu sobre o dia, se sabia ou não sabia, deu parabéns a algum escritor? Conhecido, próximo, distante? Fez uma homenagem a algum que gosta, comprou um livro para comemorar o dia?
As respostas certas, não importam, o essencial é que as perguntas estejam certas, disse Quintana. Que não hajam respostas mas haja mudança, para mim já tá de bom tamanho. Espero então até o ano que vem, quem sabe, pela tv, rádio, jornal, por e-mail, torpedo ou rede social eu me alegre e surpreenda. Vou apostar na aposta de Leminsk: "Isso de a gente querer ser exatamente o que a gente é, ainda vai nos levar além". Amém!